1.240 toneladas por dia

São Paulo prevê aumentar de 1,8% para 10% o índice de coleta seletiva de lixo

Secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, diz que planejamento prevê a troca de 17 novas centrais manuais de triagem de material reciclável por quatro centrais mecanizadas

A expectativa da prefeitura é passar de mil para 1,5 mil o número de catadores cadastrados (Foto: Raoni Maddalena. Arquivo RBA)

São Paulo – A Secretaria Municipal de Serviços de São Paulo fez uma acordo com as concessionárias de coleta de lixo e de limpeza urbana na cidade para trocar a implementação de 17 centrais de triagem manual de material reciclado por quatro centrais mecanizadas e aumentar o percentual de 1,8% na coleta seletiva para 10% de todo o lixo coletado na cidade.

A secretaria também prevê que a coleta seletiva seja estendida para os 96 distritos do município. Atualmente, ela atinge 72 distritos.

Segundo o secretário de Serviços, Simão Pedro, com a troca, a intenção da prefeitura é aumentar a capacidade de processamento das atuais 240 toneladas de lixo por dia para 1.240 toneladas/dia. Cada central tem capacidade de processar 250 toneladas/dia. Nas 20 centrais manuais em atividade no município, são processadas 240 mil quilos por dia. Ele disse que a previsão é que duas centrais, em implementação, uma na zona sul e outra na zona norte, fiquem prontas até junho de 2014.

“Uma central mecanizada tem um custo de implantação de R$ 6 milhões e uma despesa operacional de R$ 300 mil por mês para manutenção das máquinas”, afirma o secretário. Segundo ele, cada uma delas pode garantir uma renda mensal de R$ 2 milhões com a reciclagem do lixo.

De acordo com Simão Pedro, a receita criada nas centrais mecanizadas não vai ficar somente com a cooperativa de trabalhadores que atuar nestes locais. “Queremos que isto seja compartilhado com o sistema todo de coleta seletiva, para melhorar a renda de todos os trabalhadores cooperados”, disse.

A principal reivindicação dos catadores de material reciclável é que seja instituído um sistema de remuneração mensal pelos serviços prestados e não pela quantidade de material coletado, em moldes semelhantes ao contrato entre a prefeitura e as empresas responsáveis pela coleta do lixo.

Segundo o secretário, atualmente a prefeitura tem convênio com 20 cooperativas e, para as quatro novas centrais mecanizadas, já há procura por parte de cinco cooperativas para realizar convênio com a administração. “O número de trabalhadores na coleta seletiva deve passar das atuais mil pessoas para cerca de 1,5 mil”, afirmou. A intenção, acrescentou, é aumentar o número de cooperativas de catadores de lixo reciclável com a prefeitura. Segundo ele, há 43 pontos alternativos de coleta não conveniados com a prefeitura.

Simão Pedro afirmou ainda que a prefeitura vai implementar mudanças na varrição das ruas Florêncio de Abreu, 25 de Março e, provavelmente, Santa Ifigênia, aos domingos, e na coleta de lixo nos bairros Vila Buarque, Consolação e Bela Vista, todos no centro da cidade. “Hoje, o contrato limita a 40% as atividades de coleta e varrição nos domingos, para a região central este percentual deve ser aumentado, mas ainda estamos estudando para quanto será esta ampliação porque não podemos prejudicar a coleta no restante da cidade”, disse. Fora da região central, o percentual de coleta e varrição aos domingos é de 25%.

O secretário atribuiu a mudança no sistema na região central ao movimento diário de pessoas, 2,2 milhões de segunda a sexta, que, segundo ele, praticamente se mantém nos finais de semana e provoca acúmulo de lixo.

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