Sem-teto ligados ao PMDB cobram de Haddad tratamento igual ao de petistas

Segundo Federação Pró-moradia, 2 mil pessoas moram no edifício e só mil foram cadastradas. Cerca de 80 pessoas protestaram em frente à Secretaria de Habitação na manhã desta segunda

Sehab afirma que número de ocupantes de antigo hotel varia constantemente (Foto:Ayrton Vignola/Folhapress)

São Paulo – O pastor Edson Gomes, presidente da Federação Pró-Moradia, que ocupa desde outubro o Hotel Othon Palace, bem em frente à prefeitura de São Paulo, no centro da cidade, afirmou que as promessas do prefeito Fernando Haddad feitas até aqui não satisfazem.   

Cerca de 80 pessoas fizeram uma rápida manifestação na manhã de hoje (17) em frente à Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), a poucos metros de distância da ocupação, e foram recebidos por represantes da Companhia Metropolitana de Habitacional (Cohab). Os manifestantes revindicavam a continuação do cadastramento dos moradores do Othon.

Segundo os manifestantes, a Sehab havia acordado realizar entre o dia 17 e hoje o cadastramento de duas mil famílias que moram no prédio de 23 andares, mas o acordo teria sido cumprido pela metade. Eles reclamam que as equipes responsáveis por fazer o cadastramento passaram pouco tempo no edifício e que mil famílias ainda não foram credenciadas.

Na semana passada, Haddad desceu de seu gabinete para subir no caminhão de som de uma manifestação crítica justamente à sua política habitacional. Organizaram o ato movimentos ligados à União de Moradia, entidade à qual a Federação Pró-Moradia não está relacionada e que tem entre os líderes filiados ao Partido dos Trabalhadores, o mesmo de Haddad.

Gomes acredita em beneficiamento a essas entidades. “Somos ligados ao PMDB. Houve essa diferenciação. Viemos falar aqui que tem de atender os movimentos, não importa que seja do PT, do PMDB. Embora, o PMDB seja partido aliado. Nós queremos o mesmo tratamento. Se ele desce para atender um, tem que descer para atender o outro”, afirma.

Em nota, a Sehab afirmou que o edifício está em processo de desapropriação e que as famílias serão atendidas em programas habitacionais. A secretaria justifica a dificuldade para registrar todas as famílias “pois os números variam diariamente”.