Moradores da comunidade São Remo protestam em frente à reitoria da USP

Universidade não informa sobre início de projeto de reurbanização; moradores se queixam

São Paulo – Moradores da comunidade São Remo, colada à Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, realizaram ontem (22) um protesto contra a política do reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, após o início de um projeto de reurbanização da favela. Os moradores reclamam da falta de transparência do processo e fazem denúncias. A manifestação teve o apoio de funcionários, professores e estudantes da USP.

 De acordo com reportagem do Spresso SP, o morador Genivaldo Gomes da Silva, que vive na São Remo há uma década, conta que os moradores só ficaram sabendo do projeto de revitalização por meio da associação de moradores. Ele disse também que um representante da USP foi até a comunidade, mas não soube responder a nenhuma das perguntas da comunidade. Segundo o morador, além desse projeto, a reitoria também determinou que os moradores terão de pagar para utilizar os ônibus circulares da Cidade Universitária.     

“‘Cheques-trator’ foram oferecidos para os moradores deixarem suas residências, que são próximas da universidade. “Queriam dar R$ 4 mil pelas casas”, contou o estudante Eduardo Goés.  

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, denuncia a falta de diálogo e de democracia na universidade. “Ele (Rodas) chegou à reitoria de maneira não democrática, escolhido por poucos, não pela maioria e chegou com um projeto de piorar a universidade, de torná-la privada e terceirizada, onde o pobre não pode entrar.”

O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) participou do protesto e criticou o reitor. “O que Rodas está fazendo é um absurdo. Suas políticas não têm transparência, não há diálogo com ninguém. Agora o que mais nos surpreende é que ele está extrapolando nas suas criminalizações. Não basta mais perseguir funcionários, alunos e professores, agora ele passa os limites da universidade e quer caçar os moradores da São Remo.”