Moradores de ocupação no interior de São Paulo improvisam armas para resistir à reintegração de posse

Os moradores prometem resistir caso a polícia chegue ao local para efetivar a reintegração (Foto: Claudio Vieira/O VALE) São Paulo – Equipados com capacetes e escudos improvisados, moradores do bairo […]

Os moradores prometem resistir caso a polícia chegue ao local para efetivar a reintegração (Foto: Claudio Vieira/O VALE)

São Paulo – Equipados com capacetes e escudos improvisados, moradores do bairo do Pinheirinho, em São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, protestam contra a reintegração de posse de um terreno ocupado desde 2004. Os moradores prometem resistir caso a polícia chegue ao local para efetivar a reintegração.

Na manhã desta sexta-feira (13), uma reunião foi realizada entre representantes dos governos federal e estadual, além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), líderes sindicais e moradores para discutir um projeto de regularização do local. Nenhum representante da prefeitura da cidade participou da reunião, alegando, em nota, que só comparecerá caso haja convocação da Justiça.

Ouça na Rádio Brasil Atual: “Pinheirinho vai resistir até a morte”

Cerca de 1.600 famílias vivem em uma área, cujo terreno pertence à empresa da massa falida do grupo de Naji Nahas, que entrou com processo para a retirada das famílias. A reintegração de posse foi decidida pela Justiça no final do ano passado, mas não havia data determinada para que a Polícia Militar realizasse a ação.

Impasse

O governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Habitação, se propôs a oferecer recursos para a desapropriação da área do Pinheirinho, o que representaria o início para uma possível regularização. Entretanto, antecipou que, sem o envolvimento da prefeitura, o projeto não terá êxito.

“Nosso papel não é ficar na linha de frente do problema. Não teria sentido a União fazer a desapropriação da área e ficar com esse local na mão sem ter o que fazer”, afirmou Antonio César Ramos, gerente de projetos da Secretaria Nacional de Habitação.

O governo quer que o município assuma o compromisso de alterar o zoneamento do Pinheirinho, que atualmente é classificado como zona industrial, com seu uso proibido para fins habitacionais, e de elaborar um projeto urbanístico para a área. Além de cobrar uma contrapartida financeira, da parte da prefeitura ou do governo estadual.

Com informações do Jornal O Vale