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Ataque a escola em São Paulo mata uma estudante e deixa três feridos

Aluno de 16 anos disparou contra estudantes e foi apreendido com a arma por policiais. É o segundo ataque neste ano na capital

Reprodução/Rede Globo
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Viaturas diante da escola estadual na zona leste, alvo de violência na manhã desta segunda

São Paulo – Um ataque a uma escola na zona leste de São Paulo na manhã desta segunda-feira (23) deixou uma aluna morta e outros três feridos. Um quarto se machucou ao tentar fugir do local. Segundo a Secretaria estadual de Segurança Pública, um adolescente de 16 anos, também aluno, entrou armado na Escola Estadual Sapopemba.

O atirador foi apreendido pela polícia junto com a arma. Os feridos foram levados para pronto-socorro do Hospital Geral de Sapopemba. Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde dos sobreviventes.

Segundo o portal Metrópoles, alunos da unidade afirmaram que o atirador, que sofria bullying, teria avisado sobre o atentado há duas semanas.

Em março, aluno de 13 anos matou professora a facadas

O ataque é o segundo registrado na capital paulista neste ano. Em 27 de março, um adolescente de 13 anos, matou a facadas uma professora de 71 anos e feriu quatro pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste.

No último dia 10, um adolescente de 14 anos matou a facadas um estudante da mesma idade na Escola Profissional Dom Bosco, em Poços de Caldas, sul mineiro. E feriu dois alunos, de 13 e 17 anos. O autor do ataque afirmou que foi transferido da escola em 2021 após ser vítima de bullying e que queria se vingar.

O ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública lamentou e ofereceu auxílio nas investigações.

‘Rede escolar abandonada pelo governo Tarcísio’

Para a deputada estadual Professora Bebel (PT), o novo atentado mostra que as escolas de São Paulo “estão de fato abandonadas”. Em nota, a parlamentar, que é também segunda presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), lembrou que as últimas gestões esvaziaram o programa de mediação escolar. O que vem sendo seguido pelo atual governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Criado em 2009 pela secretaria da Educação a partir da Apeoesp, a iniciativa previa a solução de conflitos e a harmonização do ambiente escolar. vem sendo seguido

As escolas, no entanto, “estão com seus quadros de funcionários totalmente defasados. Não há concursos para a recomposição dos módulos de funcionários nas unidades escolares e grande parte das funções é terceirizada”, apontou. O resultado, de acordo com a deputada, é o aumento da violência.

Em março ano, o sindicato e o Instituto Locomotiva divulgaram pesquisa revelando que 48% dos estudantes da rede pública já sofreram algum tipo de violência nas dependências das unidades de ensino em que estão matriculados. Os números são ainda mais alarmantes quando professores, alunos e familiares são perguntados se souberam de casos de violência nas escolas que frequentam: 71% dos estudantes, 73% dos familiares e 41% dos docentes responderam que sim. Neste contexto, estudantes (69%), seus familiares (75%) e professores (68%) enxergam como média ou alta a violência nas escolas estaduais de São Paulo.

De acordo com o estudo, é unânime a avaliação de que o governo deveria dar mais condições de segurança. No entanto, em setembro, Tarcísio vetou o projeto de lei que garantia psicólogos e assistentes sociais nas escolas estaduais.

“Não há programas de prevenção à violência nas escolas, envolvendo as comunidades escolares. As rondas escolares são insuficientes para o patrulhamento do entorno das unidades de ensino, o que poderia ser um elemento de dissuasão. Acima de tudo, a segurança pública, que é incumbência do governador, se tornou uma fonte inesgotável de tragédias. (…) Diante de todo esse quadro, o governador ainda acaba de enviar à Alesp um projeto para reduzir as verbas destinadas à Educação, demonstrando descompromisso com a Educação pública no estado de São Paulo”, contestou Bebel.

Redação: Cida de Oliveira, com g1 e Metrópoles