“Judas” Kassab mobiliza trabalhadores da saúde em São Paulo

Entre Kassab e Alckmin, o prefeito de São Paulo levou a melhor: promessas descumpridas e privatização da saúde (Foto: Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Folhapress) São Paulo – O prefeito de São […]

Entre Kassab e Alckmin, o prefeito de São Paulo levou a melhor: promessas descumpridas e privatização da saúde (Foto: Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Folhapress)

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi escolhido por um grupo de profissionais de saúde como alvo no dia de malhação do Judas. Trabalhadores do setor se reuniram na Praça da Sé, marco zero da capital paulista, para criticar as más condições de trabalho no sistema municipal.

“Malhamos o Judas Kassab, lemos o testamento. Discutimos com a população as razões desse ato simbólico”, diz Paulo Stina, professor de educação física que atua na rede estadual de saúde mental e um dos coordenadores do Fórum Popular de Saúde. A ideia do ato de hoje (7) foi divulgar uma manifestação maior, programada para o próximo dia 10 no mesmo local, oportunidade em que os profissionais pretendem promover uma caminhada até a sede da administração municipal. 

“Foi difícil a decisão de escolher porque há vários vilões na saúde”, conta Stina. Para ele, o corte de orçamento do governo federal e as ações do governador paulista, Geraldo Alckmin, fazem com que o setor viva um momento complicado. “Mas Kassab acaba simbolizando o desprezo com essa área”, explica. 

Entre as metas assumidas pelo prefeito no início do segundo mandato, seguem em aberto, a oito meses do final da gestão, a construção de novos hospitais, a ampliação das consultas do programa Mãe Paulistana e a entrega de 20 novos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS). “Kassab fez promessas que não cumpriu. Os projetos não saíram do papel. Tem ameaça de fechar maternidades”, diz o professor.

Uma das principais críticas diz respeito ao aumento do número de parcerias com organizações sociais, as chamadas OSs, que passaram a gerir hospitais. Stina conta que em várias unidades ocorre uma sobreposição das administrações pública e particular, o que resulta em diferentes tratamentos e regimes de contratação para os profissionais. “Os profissionais de saúde, tanto na gestão Kassab como na do Alckmin, são uma categoria desvalorizada. Não têm aumento, não há condições de trabalho. E a toda hora tem ameaças de privatização”, lamenta.