São Paulo – A vice-prefeita de São Paulo e secretária municipal de Assistência Social, Alda Marco Antônio, esteve hoje (21) na favela do Moinho, destruída parcialmente por um incêndio no último dia 17, e onde ontem moradores foram reprimidos por homens da Guarda Civil Metropolitana, com seis feridos. 

A vice-prefeita disse que estava no local apenas como secretária para  “encontrar uma visita ilustre” e saber se poderia “colaborar em alguma coisa com a missão dela”, referindo -se à secretária nacional de Promoção Social e Proteção aos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Salete Valesan Camba, além de ouvir os moradores. 

Alda conversou com lideranças do bairro e afirmou que estava tomando conhecimento naquele momento sobre a situação. Informada pela população que não havia equipamento para destravar um hidrante na favela, apesar de haver pessoas treinadas na comunidade para atuar como bombeiros civis do Programa de Prevenção de Incêndios em Assentamentos Precários (Previn),  que é municipal, a vice-prefeita demostrou não conhecer o programa. “Esse programa é do Corpo de Bombeiros?” indagou. 

A RBA mostrou que três moradores foram treinados em 2010 para atuar contra incêndios, mas até hoje não foram instalados os equipamentos adequados para este trabalho. O hidrante que poderia resolver o problema fica muito distante e não há mangueira para jogar água sobre o fogo. 

“Eles não vão ter conhecimento de nada que não seja para favorecer a especulação imobiliária”, desabafou Milton Sales, líder comunitário e um dos fundadores do grupo Racionais MC’s.  

Articulação

Salete Valesan afirmou que a SDH está travando um diálogo para integrar ações do município. A ideia é garantir uma vida digna até que se resolva para onde vão as pessoas que perderam as casas. A posição da prefeitura estava sendo debatida em uma reunião com os advogados dos moradores, defensores públicos e o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Elton Zacarias. Ainda não há informações sobre o que foi decidido. 

Durante a visita, Alda foi confundida com a ex-prefeita Marta Suplicy. A moradora Maria Lúcia Sousa, de 42 anos, abraçou a vice de Kassab e se declarou eleitora do PT. Questionada sobre quem havia abraçado, ela disse: “A Marta, né?”. Ao ser informada sobre de quem se tratava ela desanimou: “Errei, então”.