SP: eletricista ganha exame no Dia dos Pais, mas não consegue marcar consulta

Passando dores há mais de três meses, Wilson Teixeira ainda não conseguiu uma consulta na rede pública (Foto: Danilo Campos) São Paulo – O tempo para realizar a marcação de […]

Passando dores há mais de três meses, Wilson Teixeira ainda não conseguiu uma consulta na rede pública (Foto: Danilo Campos)

São Paulo – O tempo para realizar a marcação de consultas médicas continua sendo uma das reclamações mais constantes dos usuários da rede pública. Segundo dados da ONG Nossa São Paulo, a espera média para marcação e realização de consultas é de 52 dias; de exames, 64, e exames mais complexos, 146 em média. A demora, além de causar estresse e desestimular a procura por atendimento em casos em que o mal-estar não é insuportável, faz com que os cidadãos recorram ao atendimento na rede privada.

O eletricista Wilson Teixeira, de 57 anos, por exemplo, começou a sentir dores no joelho que o impossibilitavam de trabalhar, em maio passado. Procurou o Pronto-Socorro do Hospital Geral do Grajaú, onde foi informado de que precisava realizar uma ressonância magnética para obter o diagnóstico. Para isso, precisava passar por um médico de Unidade Básica de Saúde (UBS) para que o exame fosse realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Cansado de esperar pelo agendamento da consulta, resolveu pedir aos filhos que o presenteassem no Dia dos Pais com o exame em um hospital particular. Eles aceitaram. Mas como a ressonância é cara, “cerca de mil reais”, a família, orientada por uma conhecida, optou por uma tomografia. “Pela ressonância dá pra ver cem por cento, a tomografia, só setenta por cento, mas custa 150 reais. E já dá para fazer o diagnóstico”, acredita.

No dia 27 de agosto, três meses após o início das dores, Wilson não conseguia agendar consulta com um ortopedista da UBS Residencial Cocaia Independente para avaliação do resultado do exame. “Preciso disso para saber se vou continuar recebendo do INSS (o auxílio previdenciário), se vou ter ou não de operar, se posso trabalhar”, disse, preocupado, diante da unidade de saúde durante mais uma tentativa de resolver seu problema.

Wilson espera até hoje (a reportagem foi feita no dia 14 de setembro) pelo agendamento da consulta. Continua sem trabalhar. Precisa de um laudo médico para apresentar ao INSS até dia 5 de outubro.