Bandeira do Brasil na Rocinha marca ‘recuperação do território pelo Estado’

Sérgio Cabral conversou, por telefone, com Dilma e Lula logo após ocupação

Bandeira será hasteada no alto da comunidade (Foto: Mariano Azevedo/Divulgação)

São Paulo – Uma bandeira do Brasil foi hasteada no alto da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, no início da tarde deste domingo (13). A cerimônia simbólica marca a “recuperação do território pelo Estado”, segundo definiu o capitão de mar e guerra Jonatas Magalhães, que participou da Operação Choque de Paz, deflagrada em comunidades da região.

A ocupação incluiu ainda o Vidigal e a Chácara do Céu. As três favelas devem receber, em breve, a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do estado. A data para a implantação não foi anunciada. A solenidade teve ares de improviso, relatam agências de notícia. Cerca de mil moradores estiveram no local, e gritaram “Rocinha, Rocinha, Rocinha” enquanto a bandeira era erguida.

Antes da cerimônia, o governador Sérgio Cabral disse, em entrevista coletiva, que os 100 mil moradores na Rocinha e quase 20 mil moradores do Vidigal “são pessoas que precisavam de paz”. Ele lembrou que, pela localização das comunidades, na zona sul, região nobre do Rio, elas abrigam “garçons, cabelereiras, manicures, porteiros, mecânicos, enfermeiros, empregadas domésticas, profissionais com nível superior” e trabalham em estabelecimentos de comércio e serviços. “São pessoas que querem viver com dignidade, com acesso à uma vida digna e qualquer acesso a esta vida passa por paz.”

Rocinha bandeira (Foto: Marino Azevedo/Divulgação)

A Operação Choque de Paz conta com cerca de 3 mil homens da Marinha Brasileira, dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) da PM, além de policiais civis e federais. A ação foi iniciada na madrugada de domingo, com o bloqueio de vias de acesso à região, e considerada completa às 7h30, quando veículos blindados da Marinha deixaram o local. Nenhum confronto ou incidente violento foi registrado, segundo a polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, nenhum tiro chegou a ser disparado.

As UPPs são a ferramenta de maior visibilidade da administração estadual em relação à segurança pública em comunidades pobres e no combate ao tráfico de drogas e às milícias – grupos paramilitares formados por policiais e ex-policiais que agem de modo análogo aos narcotraficantes no controle do território, embora nem sempre operem a venda de entorpecentes.

Telefonemas

Sérgio Cabral conversou, logo depois do anúncio de que a ocupação estava concluída, com a presidenta Dilma Rousseff. O telefonema de 30 minutos, segundo a assessoria de imprensa do governador, foi para agradecer o apoio do governo federal. Cabral conversou também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador foi, ainda pela manhã, ao 23º Batalhão de Polícia Militar, no Leblon, zona sul da cidade. O local concentra o comando da operação. No local, estão também Beltrame e a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha.

Com informações da Agência Brasil