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Trabalhadores rurais abrem nesta segunda o 20º Grito da Terra Brasil

No Ano Internacional da Agricultura Familiar, organizadores projetam a maior mobilização da categoria dos últimos anos em torno da pauta de reivindicações

© nesrondonia / reprodução

Ato em Rondônia, em 2013. Grito da Terra mobiliza trabalhadores na agricultura de todo o país

São Paulo – Trabalhadores rurais iniciam (12) o 20º Grito da Terra Brasil, que pretende mobilizar 100 mil trabalhadores em todo o país, para pressionar o governo e o Legislativo em torno da pauta de reivindicações da categoria. Cerca de 200 representantes das 27 federações de trabalhadores na Agricultura (Fetags) se reúnem em Brasília para negociações com o governo e atos públicos, que ocorrem até a próxima segunda (19).

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), coordenadora da mobilização, o fato de a ONU ter declarado 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar motiva o setor. “Por se tratar de um ano especial, ganhou mais importância a participação direta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da base, reafirmando para o governo e para a sociedade a nossa representação e representatividade no campo brasileiro”, afirmou a secretária-geral da entidade, Dorenice Flor da Cruz. O tema deste 20º Grito da Terra Brasil é “A Questão Agrária e a Organização Sindical”.

Na agenda, reuniões e audiências envolvendo 19 ministérios e diversos órgãos governamentais e autarquias. Segundo a Contag, a presidenta Dilma Rousseff ainda não confirmou presença, mas já se comprometeu a dar uma resposta à pauta de reivindicações, que conta com 23 pontos centrais.

Destaque para os pontos que tratam da reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar, meio ambiente, juventude e sucessão rural, assalariamento rural, Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), políticas sociais, relações internacionais, e organização e enquadramento sindical.

Os atos públicos serão realizados em diversos pontos do país, a partir da segunda-feira (19), quando o movimento abre também a Semana Nacional de Mobilização, que vai até a quinta (22). A Contag anuncia que fará uma grande manifestação no dia 20.

Segundo a confederação, além de mobilizar mais trabalhadores, a descentralização dos atos visa a pressionar os governos locais para que as políticas públicas já conquistadas cheguem até o trabalhador, além de levar a público a pauta de reivindicações.

Ainda de acordo com a Contag, serão reivindicados também o assentamento de 150 mil famílias, além de verbas que chegam a um total de R$ 51,4 bilhões para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, sendo R$ 30 bilhões para crédito de investimento e custeio do Pronaf e R$ 21,4 bilhões para as demais políticas e programas.