"requintes de crueldade"

Suspeitos são indiciados por roubo, estupro e morte de artista venezuelana

Julieta Martínez foi enforcada e abusada, após reagir à tentativa de furto do seu celular por casal que havia lhe oferecido abrigo em cidade do Amazonas. Suspeitos confessaram os crimes

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais
Artista venezuelana pretendia ir de bicicleta até o seu país de origem para encontrar a família

São Paulo – A Polícia Civil do Amazonas indiciou nesta segunda-feira (8) dois suspeito de roubar, estuprar e matar a artista venezuelana Julieta Inés Hernandéz Martínez. Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, 29, vão responder por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. Os policiais prenderam o casal em flagrante na última sexta-feira (5), quando encontraram o corpo de Julieta. O casal confessou os crimes contra a artista, que estava desaparecida desde 23 de dezembro.

O delegado Valdinei Silva, da 37° Delegacia Interativa de Polícia (DIP), de Presidente Figueiredo, no Amazonas, confirmou que a artista venezuelana Julieta Hernández foi violentada antes de morrer. Em entrevista coletiva, ele afirmou que o crime foi “praticado com requintes de crueldade”.

De acordo com amigos da artista, Julieta informou que dormiria em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. As investigações apontam que ela tentou pernoitar em duas pousadas, mas não conseguiu. Foi quando o casal ofereceu a varanda da casa para que a artista pudesse pernoitar.

O suspeito então furtou o celular da vítima, que estava deitada em uma rede na varanda e ela reagiu. “Houve luta corporal, ele enforcou a vítima e a arrastou para dentro da casa”, relatou o delegado. “Ali, ele começou a violentar a vítima”.

Em depoimento, Diomara disse que ficou com ciúmes do marido, jogou álcool e ateou fogo nos dois. Thiago correu para fora e apagou o fogo. Posteriormente, o casal levou Julieta para área de mata, onde a enterraram. A polícia não descarta possibilidade dela ter sido enterrada ainda viva.

No Brasil desde 2015, Julieta viajava em direção à Venezuela para encontrar a família. Ela se apresentava como palhaça Jujuba em diversas partes do país. Além disso, era integrante do grupo “Pé Vermei”, de mulheres que viajam de bicicleta.

Suspeitos em prisão preventiva

Também nesta segunda, a Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva do casal, após o flagrante. Nesse sentido, o juiz Laossy Amorim Marquezini considerou os “fartos indícios de autoria por parte dos flagranteados”. Também justificou a conversão em preventiva pela necessidade de resguardar a ordem pública na região.

Anteriormente, no sábado, durante a audiência de custódia, o magistrado negou o pedido da defesa dos suspeitos de converter o flagrante em prisão domiciliar. Assim, no pedido, o casal ressaltou a necessidade de cuidar dos seus cinco filhos, que também moram na residência onde ocorreram os crimes bárbaros.

“Não restou demonstrado que os autuados são imprescindíveis aos cuidados especiais de seus descendentes, que estão com a genitora da autuada. Além disto, não restou comprovado que os autuados estejam extremamente debilitados por motivo de doença grave”, diz a decisão.

Com informações da Agência Brasil