Brasil em luto

Personalidades do esporte e da política lamentam morte de Isabel, ícone do vôlei

Uma das principais atletas do Brasil na década de 1980, Isabel do Vôlei foi diagnosticada com uma bactéria no pulmão e morreu na madrugada desta quarta. Dois dias antes, havia sido incluída no grupo de esporte da transição do governo Lula

Tânia Rêgo/ABr
Tânia Rêgo/ABr
"Isabel Salgado não foi apenas um símbolo para o esporte, mas também de luta na defesa de seus ideais", escreveu Lula

São Paulo – Maria Isabel Barroso Salgado, a Isabel da Vôlei, uma das maiores referências no esporte brasileiro, morreu, aos 62 anos, nesta quarta-feira (16), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. A ex-jogadora de vôlei e vôlei de praia havia sido internada e diagnosticada ontem com uma bactéria no pulmão e morreu durante a madrugada. 

De acordo com informações do portal UOL, a morte foi confirmada pela produtora de cinema Paula Barreto, em mensagem no grupo Esporte Pela Democracia. “Fiz um call com ela na segunda feira. Ela estava super gripada. Falei para ela ir a um hospital, ela me disse que já tinha ido e testado negativo para covid. Na segunda à noite foi dormir e passou mal. Deixou para ir para o hospital Sírio na terça de manhã. Quando acordou na terça já estava bem pior. Internou no Sírio já no CTI. Detectaram uma bactéria que já tinha tomado todo o pulmão. Foi entubada e teve uma parada cardíaca às 4h da manhã de hoje”, informou Paula.

Eterna Isabel do vôlei

Isabel foi uma das principais jogadoras de vôlei de quadra da seleção brasileira da década de 1980, a equipe que abriu as portas para a modalidade no país. Pelo esporte, ela disputou as Olimpíadas de Moscou, na Rússia, em 1980 e Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984, as primeiras grandes competições do vôlei brasileiro. Em 1979, ela chegou a ser medalhista de bronze nos jogos Pan-Americanos em San Juan, Porto Rico. Além de ter sido também a primeira jogadora brasileira a atuar numa liga estrangeira, na Itália, em 1980. 

Dez anos depois, Isabel migrou para o vôlei de praia que começava a se popularizar no Brasil. Pela modalidade, a jogadora disputou diversos campeonatos mundiais e chegou a ser premiada com o ouro na etapa de Miami, nos Estados Unidos, em 1994. Fez parcerias históricas com Roseli, Jerusa, Tatiana Minello e Jaqueline. Isabel também deixou cinco filhos, incluindo três atletas que fizeram carreira vitoriosa no vôlei de praia: Pedro Solberg, que disputou as Olimpíadas da Rio 2016 e ficou em nono lugar; Maria Clara Solberg e Carol Solberg, que está entre as melhores do mundo no esporte. 

Repercussão no esporte e na política

Na última segunda (14), Isabel havia sido anunciada como integrante do grupo técnico de esportes para a transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá o governo federal em janeiro. Junto com ela, foram nomeados a ex-jogadora de vôlei Ana Moser e o ex-jogador de futebol Raí. Diante da notícia de sua morte, Lula, que está na conferência do clima da ONU, a COP27, no Egito, usou as redes sociais para lamentar a perda. 

“Isabel Salgado não foi apenas um símbolo para o esporte, mas também de luta na defesa de seus ideais. Seu pioneirismo no esporte abriu as portas para muitas brasileiras. Suas conquistas levaram o Brasil a outro patamar na história do vôlei feminino”, destacou o petista. 

Ana Moser também destacou a “perda irreparável” de Isabel. Assim como a presidenta nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR). “Mulher de talento, coragem e posições firmes. Contribuiu diretamente para a vitória da democracia”, destacou Gleisi. 

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