Emboscada

PM mata pelo menos dois trabalhadores rurais em acampamento do MST no Paraná

Há pelo menos 20 feridos. Tiros foram disparados por policiais militares e jagunços a serviço de madeireira; área do acampamento está em processo de regularização para reforma agrária

MST

Desde o início da ocupação em terreno da União, há um mês, policiais militares e jagunços intimidam trabalhadores

São Paulo – Pelo menos dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram assassinados a tiros hoje (7), por volta das 16h, no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. De acordo com o MST, há mais de 20 feridos. Porém, ainda não há informações detalhadas sobre as vítimas porque a Polícia Militar cercou a área e impede a entrada de pessoas ligadas ao movimento.

O setor de comunicação do MST informou que policiais militares das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) e da Tropa de Choque, além de jagunços a serviço da Madeireira Araupel, rondam o acampamento desde a ocupação, em 9 de março passado.

A área ocupada pelos trabalhadores pertence à União e já foi encaminhada pela Justiça para reforma agrária. No total, são cerca de 700 famílias, todas da região, a maioria delas com crianças pequenas.

A Polícia Militar do Paraná divulgou nota na qual se diz vítima de uma emboscada, quando seus soldados tentavam ajudar a combater um incêndio, sobre o qual faltam informações.

Em sua versão, a polícia confirma a morte dos dois trabalhadores rurais, mas diz que são apenas seis os feridos. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar os fatos.