Coordenador de acampamento é assassinado no agreste pernambucano

Segundo o MST, trabalhador atuava em fazenda ocupada há mais de três anos. No Rio Grande do Sul, famílias sem terra ocupam área e reividicam aceleração do processo de reforma agrária

São Paulo – Em menos de 24 horas, quatro trabalhadores rurais foram mortos no país. Na última sexta-feira (23),  Antônio Tiningo foi assassinado em uma emboscada quando se dirigia ao acampamento da fazenda Açucena, no município de Jataúba, no agreste de Pernambuco. A notícia sobre a morte de Tiningo foi divulgada hoje (26) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O trabalhador era um dos coordenadores do acampamento da fazenda Ramada, ocupada há mais de três anos.

Segundo o MST, no final de 2011, mesmo ocupada pelos sem terra, a fazenda foi comprada por um empresário do ramo de confecção e especulação imobiliária. Logo que comprou a área, o fazendeiro expulsou ilegalmente as famílias, que reocuparam a área em fevereiro deste ano e, desde então, o proprietário tem ameaçado retirá-las à força, intimidando pessoalmente algumas lideranças da região, inclusive Tiningo. “Por ser uma região em que os poderes públicos locais possuem uma relação estreita com os proprietários de terra, o MST está exigindo que seja indicado um delegado especial para apurar o caso”, diz o movimento.

Também na sexta, três trabalhadores integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) foram encontrados mortos na cidade de Miraporanga, distrito de Uberlândia, em Minas Gerais. 

Ocupação

Famílias do MST ocuparam na manhã de hoje (26) a área da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), em Eldorado do Sul (RS). A mobilização pretende dar condições para que os trabalhadores possam, de fato, ser assentados e começar a produzir alimentos, visto que a área já foi destinada para a reforma agrária pelo governo gaúcho. Apesar de já ter sido destinada ao assentamento,  a área ainda não foi liberada oficialmente. As famílias reivindicam a aceleração do processo para reforma agrária e uma infraestrutura para produção de alimentos nos novos assentamentos, além de moradia, eletricidade e água potável.

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