Massacre

Novo júri do Carandiru começa a ouvir 17 testemunhas

Segunda etapa do julgamento, envolvendo 27 policiais e 73 mortes, começou nesta segunda-feira em São Paulo

©Anderson Barbosa/fotoarena/folhapress

Protesto do Movimento 2 de Outubro, realizado no ano passado, pediu punição aos acusados

São Paulo – Com os sorteio de sete jurados, todos homens, começou hoje (29) a segunda etapa do julgamento dos responsáveis pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992 em São Paulo, que terminou com a morte de 111 presos. Nesta etapa serão definidas as responsabilidades de 27 policiais militares que, naquele dia, atuaram no segundo andar do terceiro pavimento do antigo presídio – onde foram assassinados 73 detentos.

Escolhidos os integrantes do júri, o tribunal, que ocorre no Forum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, deu início à leitura do processo. Estão previstos os depoimentos de 11 testemunhas de acusação (três por vídeos gravados) e seis de defesa (duas em vídeo).

Entre as testemunhas de defesa, estão o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) e Pedro Franco de Campos, que era seu secretário de Segutrança Pública na época do massacre.

Condenados

O primeiro dos julgamentos sobre as responsabilidades do massacre ocorreu em abril, quando 23 soldados da Rota foram condenados a 156 anos de prisão cada um – 12 anos para cada uma das 13 mortes ocorridas no segundo pavimento do Pavilhão 9. O juiz José Augusto Marzagão, porém, permitiu que os condenados recorram em liberdade.

Três dos 26 soldados acusados foram absolvidos

Durante o julgamento foi reduzida a quantidade de vítimas da invasão policial àquele setor da Casa de Detenção, de 15 para 13. Um dos mortos, Jovemar Ribeiro, foi encontrado em outro local do presídio. O segundo, José Pereira da Silva, foi vítima de golpes de facas, o que indicaria ter sido atacado por outros internos.

Com informações da repórter Gisele Brito