São Paulo – O jornalista Anderson Moraes sofreu ataque racista enquanto apresentava seu programa na TV Fórum, ontem (7). Durante a transmissão ao vivo, um indivíduo identificado como “Slòbhan May” utilizou o chat do YouTube para proferir insultos racistas contra o apresentador.

A ação, mesmo em meio digital, não deve ficar impune. Ela configura crime de racismo, imprescritível e inafiançável. Isso, uma vez que a chamada injúria racial, ou seja a ofensa pessoal de teor racista, passou a ser considerada racismo a partir da Lei 14.532/23, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado.

Voz antirracista na Fórum

Anderson é uma voz negra firme e contundente no jornalismo independente brasileiro. Uma figura reconhecida por sua atuação profissional e por abordar temas sensíveis, incluindo o racismo estrutural. Seu programa na TV Fórum é uma plataforma em que ele não apenas expressa suas opiniões, mas também convida à reflexão e à ação sobre questões sociais.

O ataque racista veio durante à apresentação de Anderson, obrigando o encerramento da transmissão devido à impossibilidade de prosseguir diante da agressão. Em resposta ao incidente, a Revista Fórum, plataforma que veicula o programa, anunciou que tomará medidas para identificar e punir o agressor.

Solidariedade

Anderson Moraes é também um ativista pela causa antirracista. Ele fundou o Jornal Empoderado em 2016, que se tornou uma referência no jornalismo independente. Além disso, tem ligação com o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, onde lançou o jornal.

Em nota, o Barão de Itararé deixou sua solidariedade. “Ao companheiro Anderson, profissional de primeira e fundamental quadro da luta pela democratização da comunicação, que brilha à frente do Jornal Empoderado, na Fórum, no Canal Meteoro Brasil, no Barão e em tantas outras iniciativas, nossa total e irrestrita solidariedade para que não esmoreça diante da intolerância ao qual ele e toda a população negra do país estão submetidos diariamente, de forma sistemática e quase sempre impune. E também nossa profunda admiração por seu talento e sua dedicação”, afirma.