São Paulo – O coletivo Fotógrafas com Lula encerra o mês das Mulheres com a divulgação de 90 fotos da posse do presidente, em Brasília e em várias cidades do país. A edição propagada nesta quinta-feira no Instagram foi uma espécie de contraponto à expectativa criada pelo retorno ao Brasil do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a derrota nas eleições de 2022, o bolsonarismo ainda custa a aceitar que a democracia prevaleceu. A propósito, este 30 de março marca 150 dias da vitória de Lula na urnas.

A seleção de imagens celebra também a epopeia de dezenas de mulheres que, pelas lentes de suas câmeras, participaram da resistência democrática no Brasil, do golpe de 2016 ao atual momento inacabado de redenção. A experiência acentua o protagonismo feminino na vitória da democracia.

O dia que o bolsonarismo queria simbólico pela volta de seu líder ao país, acabou engolido pela “ocasião”. Além das postagens do coletivo, também integrante do grupo Fotógrafas com Lula, para demarcar quem venceu e como, o novo governo mostrou ao outro lado da oposição, o chamado mercado, que não venceu por vencer. Ou seja, que a vitória não foi um fim em si, mas um meio de se mudarem as coisas. Foi o dia do tão esperado anúncio do projeto construído para substituir o Teto de Gastos.

Esperança e virada

“Não se pode mais admitir que um dos maiores produtores de alimentos do mundo conviva com a fome”, disse Haddad. “Passamos seis anos sem reajustar a merenda das nossas crianças. Num país campeão na produção de laranja, as crianças tomam suco em pó, afirmou Simone Tebet. A participação da ministra do Planejamento na apresentação do novo “arcabouço fiscal” fooi um recado de que a frente ampla de 2022 não foi só para ganhar a eleição. Haddad e Tebet acabaram, hoje, com qualquer possibilidade de holofote para a volta do “mito”.

“É sobre amor, esperança e, principalmente, nossa realidade”, afirmam as Fotógrafas com Lula, sobre o vídeo disseminado nesta quinta.

Uma das fundadoras do coletivo, Evelyn Ruman, explica que a ideia inicial de realizar a cobertura da posse do presidente Lula foi além. “Fomos o maior eleitorado do presidente. No governo anterior nós, mulheres, perdemos direitos. Houve retrocesso nas conquistas, aumento do feminicídio, aumento da violência contra a mulher. Fomos muito desrespeitadas”, completa.

“Então, foi mãos à obra. Fomos com nossas pernas, sem recursos. Somos 90 ativistas, 50 em Brasília. Mulheres fotografaram o momento da posse do presidente Lula em outros estados e, também, na Espanha e Inglaterra, por exemplo. Então, foi uma ação para apoiar esse governo que acreditamos muito que nos dará atenção. Temos que diminuir o feminicídio. Por isso, nós artistas fomos para lá”, explica Evelyn.

Lula sobe mais uma vez a rampa, recebe a faixa das mãos do ‘povo brasileiro’

“Hoje é um dia para relembrar quem somos. Noventa ativistas da imagem que fortaleceram a atuação das mulheres na construção de um futuro diverso e inclusivo. Isso, documentando a posse da democracia e eternizando a emoção desse momento histórico do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmam.

Assim, pedem para que “não esqueçamos que, em janeiro de 2023, a barbárie deu lugar à esperança e que é sobre isso que devemos falar: união e reconstrução”.

Todas as imagens podem ser conferidas na página do Instagram das @fotografascomlula.