Coronel da PM vai comandar segurança na USP

São Paulo – A Universidade de São Paulo (USP) deve anunciar ainda nesta semana mudanças no comando da segurança nos campi. Segundo a Folha de S. Paulo de hoje (29), […]

São Paulo – A Universidade de São Paulo (USP) deve anunciar ainda nesta semana mudanças no comando da segurança nos campi. Segundo a Folha de S. Paulo de hoje (29), sai da coordenação da área o professor Adilson Carvalho e assume o coronel Luiz Castro Júnior, que comandará a recém-criada Superintendência de Segurança. Outros dois militares, cujos nomes ainda não são conhecidos, serão responsáveis pela segurança nas unidades da capital e do interior. Ambos serão subordinados ao coronel Castro, que, até o mês passado, era diretor do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar de São Paulo. O oficial teve desempenho destacado na articulação do convênio entre a USP e a PM para aumentar o policiamento na Cidade Universitária.

O novo órgão, criado em fevereiro, tem o objetivo de “planejar, implantar e manter todas as atividades de interesse comum relacionadas à segurança patrimonial e pessoal” da escola e terá orçamento próprio para reforçar e aumentar a estrutura da segurança nos campi. A USP tem reservado cerca de R$ 10 milhões para modernização da guarda e compra de equipamento, como câmeras.

Polêmica

A presença da PM na USP contraria parcela dos estudantes, professores e trabalhadores da universidade, que entendem que a segurança deva ser atribuição exclusiva da guarda universitária. Parte da comunidade acadêmica defende que medidas como o aumento do contingente e mais iluminação no campus Butantã seriam suficientes pode reduzir os casos de violências e que a presença da PM limita a liberdade de expressão. 

O assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, em maio de 2011, após uma tentativa de assalto, acelerou a parceria da USP com a PM. A prisão de estudantes que portavam maconha, em outubro, foi o estopim para uma série de manifestações contra a presença dos militares na universidade. Os estudantes chegaram a invadir a reitoria e a Tropa de Choque foi chamada para a desocupação, o que acirrou ainda mais os ânimos. Uma greve de parte dos alunos se estendeu até o início de 2012.