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Condepe exige punição para envolvidos na morte de jovens na zona leste de SP

Corpos que estavam desaparecidos foram encontrados em matagal no último domingo. Principal suspeita é, mais uma vez, violência policial

reprodução/TVT

Para as Mães de Maio, execuções dos cinco jovens repete modelo de violência dos Crimes de Maio de 2006

São Paulo – O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) exige a identificação e punição dos assassinos dos cinco jovens que estavam desaparecidos e foram encontrados mortos no último domingo (6), em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo a presidenta do Condepe, Maria Nazareth Cupertino, a única certeza é que os jovens foram executados, mas resta saber por que e por quem. Para ela, uma das hipóteses é a violência policial. “É uma hipótese bastante forte, do nosso ponto de vista, justamente por essa trajetória de relação conflituosa da polícia com esse grupo”, afirmou Maria Nazareth, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT.

De acordo com os familiares das vítimas, os jovens se dirigiam a uma suposta festa, em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, a convite de garotas que teriam conhecido pela internet, mas cujos perfis posteriormente foram apagados após a notícia do desaparecimento, no dia 21 de outubro.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo pediu ao governo do estado que pesquisadores independentes acompanhassem a perícia dos corpos, mas o pedido foi negado. O Condepe vai representar a solicitação, explicando que não se trata de investigação paralela.

Um dos jovens teria mandado mensagem de áudio informando sobre uma abordagem policial, o que poderia indicar a participação de policiais no caso. Maria Nazareth reclama que, até agora, as investigações envolvendo internet e celular não avançaram.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública admite que PMs consultaram arquivos de duas das vítimas no banco de dados da polícia, no começo de outubro. A pesquisa e os posteriores assassinatos não foram coincidência, afirma Débora Silva, do grupo Mães de Maio, entidade que luta contra a violência policial.

“Primeiro pesquisa para depois matar, com a certeza da impunidade”, afirma Débora. Para ela, “a perícia malfeita já é para não ter uma conclusão e o Judiciário sentar em cima pedindo o arquivamento”.