Por paz e democracia

Ato na Sé vai mostrar indignação e coragem para dar um ‘basta’ à violência política

Para o presidente da Comissão Justiça e Paz, a sociedade precisa reagir e garantir os avanços democráticos e sociais

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Ato na Catedral da Sé em 1975, depois do assassinato de Vladimir Herzog: ontem e hoje, repúdio à violência

São Paulo – O ato inter-religioso na Catedral da Sé, no próximo sábado (16), a partir das 10h, será uma manifestação de indignação (contra a violência política) e coragem (de tomar uma atitude), afirma o advogado Antonio Funari Filho, presidente da Comissão Justiça e Paz, da Arquidiocese de São Paulo. A sociedade organizada precisa dar “respostas plurais”, disse Funari à repórter Marilu Cabañas, em entrevista realizada ontem (12), para a Rádio Brasil Atual.

A jornalista lembrou de celebração realizada em 1975 no mesmo local, depois do assassinato, pela ditadura, do jornalista Vladimir Herzog. A época defensor de presos políticos – ele mesmo foi preso algumas vezes –, Funari ressalta a necessidade de mobilização. “Foi o que aconteceu em relação ao Vlado, um grito contra a violência. Foi o início de uma grande mobilização, e acabou resultando na conquista da democracia”, recordou o advogado.

A própria organização do evento, por uma frente inter-religiosa, já demonstra essa reação, acrescenta Funari. “É preciso que grande parte da sociedade se una nesse esforço. É importante que haja essa manifestação, que demonstra que a gente tem que começar a dar um basta na violência. A gente só vai recuperar a dignidade e o que foi destruído nos últimos anos se houver uma grande mobilização”, enfatiza. “Estamos cansados de violência.”

Violência política é ato de covardia

Uma resposta nas urnas, em outubro também será importante, mas não basta, acrescenta o advogado e ativista. “É necessário que o povo continue organizado para defender os avanços da democracia, os avanços sociais.”

Assim, ao mesmo tempo, é preciso pressionar para que os atos de violência política dos últimos dias (assassinato em Foz do Iguaçu, bomba no Rio, drone em Uberlândia, entre outros) não fiquem imunes. “A impunidade estimula a violência. Quem pratica esse crime é um covarde”, afirma Funari. Assim, o ato de sábado também simboliza uma manifestação de união, independentemente de credos religiosos ou opiniões políticas, levantando a bandeira da paz. Ele cita ainda a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948. “Esse é o documento que nos une, que tem como base o respeito à dignidade humana.”

Confira a entrevista na Rádio Brasil Atual.


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