Levante

MST lança documentário ‘Mulheres em luta: Semeando a Resistência’

Curta-metragem retrata grande marcha das mulheres do MST, uma das últimas antes da pandemia

Arquivo/MST
Arquivo/MST
1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra,juntou em março de 2020 cerca de 4 mil camponesas em luta pela reforma agrária popular

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lança nesta quinta (21), nas redes sociais, o documentário Mulheres em Luta: Semeando a Resistência. O curta-metragem resgata a memória coletiva do 1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, que em março de 2020 reuniu cerca de 4 mil camponesas que lutam por reforma agrária popular no país. O filme, que marcou um momento histórico do movimento, quando completou 36 anos, foi realizado pela Brigada Audiovisual Eduardo Coutinho do MST. 

O documentário, que pode ser visto a partir das 19h, retrata a grande marcha no Dia Internacional da Mulher, uma das últimas grandes manifestações antes do reconhecimento do cenário de pandemia. E também o levante das Mulheres Sem Terra, ato de resistência feminista e de classe de mulheres dos campos, das florestas e das águas. 

MST, latifúndio e agronegócio

“É no campo, onde existem relações ainda mais precarizadas historicamente. Porque estamos falando de uma tradição de um país escravocrata, que viveu 350 anos de escravidão indígena e negra. Então, é no campo onde essas relações ainda estão mais presentes”, disse a dirigente nacional do MST Kelli Mafort.

Segundo ela, é no campo que as relações de opressão de gênero se tornam mais complexas. “As mulheres camponesas enfrentam cotidianamente uma das dimensões mais profundas da exploração do capitalismo: o latifúndio e o agronegócio”

“Se o agronegócio e a mineração querem privatizar, nós precisamos fazer o contrário. E a gente faz isso através das ocupações”, disse Izabel Rodrigues, do MST no Pará. Conforme destacou, a emancipação desse sistema de exploração no campo também passa pela revolução agroecológica. “A agroecologia não é só não usar veneno, ela está ligada ao nosso projeto de sociedade, nosso projeto político organizativo do MST”.