TRABALHADORES NA LUTA

Entregadores, motoristas de aplicativo e Povo Sem Medo fazem protesto em São Paulo

Manifestação em defesa do auxílio emergencial de R$ 600 bloqueou Marginal Tietê e Avenida João Dias

MTST/TWITTER
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O protesto dos trabalhadores faz parte da preparação para o Dia Nacional de Mobilização, convocado para amanhã (24), pela Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e centrais sindicais

São Paulo – A Frente Povo Sem Medo, o grupo Entregadores Antifascistas e motoristas de aplicativos realizaram um protesto, na manhã desta terça-feira (23), em São Paulo, em defesa do auxílio emergencial de R$ 600 e contra o aumento do preço do combustível. Eles fecharam a Marginal Tietê, que cruza a capital, e a Avenida João Dias, na zona sul, com bloqueios de pneus.

O protesto dos trabalhadores faz parte da preparação para o Dia Nacional de Mobilização, convocado para amanhã (24), pela Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e centrais sindicais. A iniciativa das frentes também demanda a adoção urgente de um lockdown nacional de 15 dias e a vacinação de toda a população.

O entregador Paulo Lima, conhecido como Galo, integrante do Entregadores Antifascistas, endossou a importância do protesto de hoje. “Ação do MTST, Entregadores Antifascistas e vários outros camaradas pelo: auxílio emergencial, fora BolsoDoria e vacinação da classe trabalhadora. Hoje, São Paulo, amanheceu pegando fogo! Quem não luta tá morto”, tuitou.

Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) lembra que trabalhadores essenciais, entregadores e motoristas, que utilizam e dependem de aplicativos, ainda continuam se arriscando sem o amparo necessário. “Além do agravamento da pandemia e cerca de três mil mortes diárias, brasileiros sofrem com a alta no preço dos alimentos e do gás de cozinha, com o aumento do preço dos combustíveis. Esses profissionais rodam sem seguro contra acidentes, sem máscaras e demais proteções contra a covid-19, com taxas abusivas e bloqueios sem razão”, disse o texto.

Dia Nacional de Mobilização

As centrais sindicais convocaram os trabalhadores de todos os setores para um Lockdown em Defesa Da Vida e dos Direitos na quarta-feira (24). De acordo com as entidades, a manifestação foi articulada por conta da “irresponsabilidade do governo federal, que levou o país ao pior colapso sanitário e hospitalar de sua história”.

Diante do agravamento da crise, as centrais e os sindicatos filiados já articulam também com governadores e prefeitos para que os trabalhadores do país fiquem em casa amanhã. Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, as entidades estão em contato com parlamentares no Congresso Nacional. Na última semana, elas também se reuniram com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para discutir medidas de contenção da pandemia.

Diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista e presidente da organização sindical internacional IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira destaca que as centrais sindicais, desde o início da crise sanitária, discutem medidas para proteger os trabalhadores e a sociedade. “Antes da descoberta de alguma vacina como solução, as centrais sempre defenderam o isolamento social, o distanciamento, o trabalho essencial com os protocolos necessários. E com a vacina é de extrema importância a imunização em massa. Ela é o que tem de mais importante para acabar com o vírus e essas mortes”, observa ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.