neste sábado

Ocupação Mauá, em São Paulo, promove evento cultural para ajudar creche autônoma

Auxílio poderá ser feito em forma de alimentos não perecíveis e roupas

Divulgação/Ocupação Mauá

Evento terá atrações musicais, debates, e também a exibição do documentário “Sem Pena”

São Paulo – A Ocupação Mauá, na rua Mauá, no centro de São Paulo, promoverá neste sábado (13), das 12h às 19h, um dia cultural de resistência de ocupações de moradia. O evento terá atrações musicais, debates e exibição de documentário. A finalidade do evento é arrecadar alimentos, roupas, água, para a creche parceira da ocupação, a Associação Beneficente Sergio Davi Nasser.

A proposta dos moradores é criar uma rede de creches autônomas, em especial nas ocupações, com uma proposta pedagógica robusta e não apenas como um lugar onde os pais possam deixar seus filhos enquanto trabalham. “Sabemos o quão difícil é pra uma mãe moradora de ocupação conseguir uma creche e, quando consegue, não tem comprovante de residência”, dizem os organizadores do evento, em nota.

De acordo com o texto, a dificuldade de conseguir vagas em creches faz com que os pais sejam obrigados a pagar uma pessoa para cuidar das crianças, o que compromete o orçamento familiar.

Programação

12h: DJ Loky Jay

13h: Fera Neném

14h30: Roda aberta de conversa: gênero e maternidade

15h30: Aula de defesa pessoal para mulheres

17h: Roda de samba

18h: Filme “Sem Pena”. Documentário lançado em 2014, que retrata a realidade das prisões brasileiras, do sistema judiciário e da cultura do medo regente atualmente no país

18h: Rapper Crônica Mendes

19h: Encerramento

Histórico

Em 2007, pelo menos 200 famílias ligadas a três movimentos de moradia ocuparam o edifício Mauá. Antes da articulação entre Associação Sem-Teto do Centro, Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) e Movimento de Moradia da Região Central (MMRC), o prédio estava abandonado havia quase 20 anos.

Quatro dias antes de completar cinco anos da ocupação, o dono pediu a reintegração de posse, o que frustrou as expectativas de que as famílias pedissem usucapião da área, conforme prevê a Constituição.

Em março do ano passado, uma nova determinação da Justiça remarcou para meados de abril uma nova reintegração, em função de um laudo dos bombeiros apontando risco de incêndio no prédio. Na ocasião, as lideranças da ocupação exigiram uma ação efetiva da Secretaria de Habitação e da prefeitura, que reiterava seu interesse no prédio, mas não fazia o depósito. A pressão funcionou, e o depósito judicial foi feito no dia 30 de abril.

A expectativa dos moradores é de que o prédio, que já abrigou um hotel, seja transformado em área residencial com 160 apartamentos conjugados ou de um dormitório. As famílias excedentes devem ser acolhidas em outros projetos habitacionais da prefeitura, cuja meta é construir 55 mil unidades até o final do mandato, em 2016.