Casamento homoafetivo tem maioria de votos a favor, mas julgamento no STJ é adiado

São Paulo – O casamento civil homoafetivo foi considerado legal pela maioria dos ministros do  Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira (20). O julgamento, no entanto, foi interrompido por […]

São Paulo – O casamento civil homoafetivo foi considerado legal pela maioria dos ministros do  Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira (20). O julgamento, no entanto, foi interrompido por um pedido de vista do último ministro a votar, Marco Aurélio Buzzi, quando o placar já estava em 4 votos pela liberação da união civil homoafetiva. Ainda existe a possibilidade de algum ministro recuar e alterar o voto.

A ação para validar o casamento é movida por um casal de gaúchas, que vivem juntas há cinco anos e desejam mudar seu estado civil. O pedido foi negado em primeira instância e também no Tribunal de Justiça do estado, que entendeu que o Código Civil de 2002 só libera o casamento entre homem e mulher, o que tornaria o pedido inviável. É a primeira vez que um tribunal superior analisou o assunto depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre pessoas de mesmo sexo.

“A Constituição de 1988 deu uma nova fase ao direito de família, reconhecendo que os núcleos multifacetados são famílias e merecem proteção do Estado. Sem ressalvas, sem poréns sobre a forma de como deve ser essa família”, disse o relator do recurso no STJ, ministro Luís Felipe Salomão.

Para o ministro, o Estado deve facilitar a conversão da união estável em casamento, pois essa é a forma pela qual o Estado melhor protege a família. Salomão lembrou que a legislação em vigor não proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas disse que as normas precisam evoluir para que não haja dúvidas sobre essa possibilidade. Entre os locais onde a lei permite o casamento homoafetivo estão a Argentina, África do Sul, Espanha, Portugal, a Bélgica, o Canadá e várias unidades dos Estados Unidos.

Com informações da Agência Brasil