UTIs neonatais sofrem com falta de leite materno

Na semana mundial de amamentação, bancos de leite humano destacam importância do alimento para bebês em UTIs. Falta de mães lactantes doadoras coloca em risco a saúde de prematuros

Leite materno congelado em banco de leite (Fonte: Agência Brasil/Elza Fiúza)

Recém-nascidos internados em UTIs neonatais correm o risco de ficar sem sua mais importante fonte de alimentação, o leite materno, por falta de mães lactantes que se disponham a doar, afirma Ana Cristina Vilhena Abrão, diretora do Banco de Leite do Hospital São Paulo. “O número de doações ainda é pequeno e no período de férias cai ainda mais”, destaca.

Segundo a especialista, o leite materno é um alimento importante para todos os bebês, entretanto é ainda mais vital para a sobrevivência e crescimento de recém-nascidos prematuros.

Para Ana Abrão, vários mitos ainda impedem que mães lactantes doem leite. O principal receio das mães é que ao doarem, falte leite para o próprio filho. “Não há fundamento nessa ideia, porque quanto mais a mulher retira o leite, mais estimula a produção e o seu filho não vai ficar sem alimento”, explica.

O banco de leite humano do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é um exemplo da dificuldade nessa área. O estoque de leite disponível só garante o atendimento a bebês prematuros por mais 15 dias. “Apesar de termos toda infraestrutura à coleta de leite, o número de mulheres que se dispõem a ajudar é muito pequeno. Além disso, dos cerca de cinco litros coletados durante o mês, perto de 50% é descartado, por apresentar algum tipo de problema”, informa a diretora.

Como doar leite materno

A mãe doadora entra em contato com um banco de leite humano, recebe as orientações e o banco faz a coleta em casa. Depois o banco de leite pasteuriza e distribui para os bebês que estão internados na UTI, geralmente prematuros.

O site da Rede Brasileira de Leite Humano tem informações sobre onde e como doar leite materno em todo o Brasil.