PT quer que Gurgel tire inquérito contra Demóstenes da gaveta

Que o DEM é um partido envolto em denúncias de corrupção, não é novidade para ninguém. Basta lembrar de uma pesquisa divulgada em 2010 pelo Movimento de Combate à Corrupção […]

Que o DEM é um partido envolto em denúncias de corrupção, não é novidade para ninguém. Basta lembrar de uma pesquisa divulgada em 2010 pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) , que apontou a legenda como a campeã dos políticos cassados por compra de votos ou corrupção, com 69 casos – reunindo 20,4% dos políticos cassados.

O estudo pode ser acessado aqui ou aqui.

Na pesquisa não foi incluído o “Mensalão do DEM”, em 2009, que levou para cadeia o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, entre outros nomes do partido…

É bom lembrar que até hoje a pesquisa não foi contestada por nenhum parlamentar do DEM.

O tempo passou e novamente os democratas ocupam as páginas dos jornais com mais uma história desabonadora. Até o PT, que andava calado, resolveu se mexer para investigar o caso do senador e promotor Demóstenes Torres, que é de Goiás.

O líder petista no Senado, Walter Pinheiro (BA), disse ontem (26) que seu partido, mais o PDT e o PSB querem que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, explique a demora na investigação contra Torres. Segundo Pinheiro, as legendas preparam ainda para essa terça-feira uma representação cobrando Gurgel sobre o caso.

A decisão foi tomada depois da descoberta de que, desde 2009, Gurgel já tinha informações sobre as ligações do senador com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado, entre outros de delitos, de explorar máquinas caça-níqueis no entorno de Brasília.

Em entrevista para jornais, Walter Pinheiro disse: “Gurgel tem dados desde 2009. O procurador tem de explicar essa demora toda até agora em abrir um inquérito, um processo, algo parecido.” Segundo a Procuradoria Geral da República, esse primeiro inquérito de 2009 ficou aguardando o resultado das investigações de outro inquérito, o da Operação Monte Carlo, que desmontou no mês passado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de jogos. Cachoeira foi preso na operação.

A Operação Monte Carlo é a mais recente, mas não a única investigação em que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal esbarram nas ligações entre Cachoeira e influentes políticos. Há três anos, num inquérito aberto em Anápolis, a Polícia Federal já tinha detectado supostos vínculos de Demóstenes e dos deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) com o mesmo Cachoeira.