E para a cadeia, quando o Estevão vai?

O ex-senador Luiz Estevão está de volta às páginas dos jornais. Desta vez, segundo informa uma matéria publicada na Rede Brasil Atual, o ex-senador foi denunciado pelo Ministério Público Federal […]

O ex-senador Luiz Estevão está de volta às páginas dos jornais. Desta vez, segundo informa uma matéria publicada na Rede Brasil Atual, o ex-senador foi denunciado pelo Ministério Público Federal acusado de usar o Brasiliense Futebol Clube para lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, os crimes aconteceram de 2001 a 2005. O clube, fundado pelo ex-senador, foi usado por ele para ocultar bens e movimentações financeiras, segundo os procuradores que foram categóricos ao afirmar que o Brasiliense era “clube de fachada”. Jogadores também confirmaram ao MP que o time pertencia e era gerenciado pelo ex-senador.

Alguém ficou surpreso?

O ex-senador Luiz Estevão já passou uma temporada na cadeia quando foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de vários crimes relacionados ao desvio de R$ 169 milhões nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, ao lado do ex-presidente do TRT-SP Nicolau dos Santos Neto (o Lalau) e do empresário Fábio Monteiro de Barros.

Entre as acusações, estão as de peculato, estelionato, formação de quadrilha, corrupção passiva e falsificação de documentos. Ele teve o mandato cassado em 2000 e chegou a ser preso no mesmo ano, mas passou apenas uma noite numa cela da Polícia Federal (PF) de Brasília. Foi preso algumas outras vezes, na PF de São Paulo, mas sempre se safou rapidamente.

O escândalo do TRT tem conexão direta com o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM). Foi por causa daquele episódio que Arruda renunciou ao seu mandato de senador em 2001. Ele, junto com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, violaram o painel do Senado na votação sigilosa que levou à cassação de Estevão.

Dinheiro de corrupção

Do R$ 1 bilhão que a empresa do grupo OK (do ex-senador Estevão) deve na praça, a União recuperou até agora R$ 55 milhões do dinheiro público desviado no escândalo do TRT de São Paulo, em 1999. A Advocacia Geral da União chegou afirmar que esse é o maior valor desviado por corrupção já recuperado pelos cofres públicos. Ninguém foi preso até agora.

Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso e um dos caciques do PSDB, foi quem liberou esse dinheiro e ainda está por aí. No ano passado, ele aparecia na propaganda do então candidato à presidência José Serra.

Já Estevão tem usado de malandragem para “pagar” a dívida com a AGU, com o intuito de conseguir liberar parte dos bens bloqueados pela Justiça. No parcelamento, a empresa do ex-senador, cuja dívida com a União soma R$ 300 milhões, vinha pagando apenas R$ 200 por mês para amortizar o débito. Nesse ritmo, a dívida será eterna  – ao longo dos últimos seis anos, o Grupo OK só pagou R$ 14.290,15 de seus débitos.