Ambulância da propina no Fantástico é velha conhecida de Serra e Arruda

  O programa Fantástico, da TV Globo (de 18 de março), montou uma reportagem na qual um repórter se passava por  gestor de compras do hospital de pediatria da Universidade […]

 

O programa Fantástico, da TV Globo (de 18 de março), montou uma reportagem na qual um repórter se passava por  gestor de compras do hospital de pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (com autorização do hospital), e emitiu cartas-convite para contratação de serviços a algumas empresas.

O repórter gravou reuniões com representantes das empresas onde eles combinam preços e propinas sobre os contratos. O Fantástico não falou, mas as empresas foram escolhidas a dedo pela produção por já estarem envolvidas em escândalos de corrupção anteriormente (o que não invalida a reportagem).

A denúncia montada atende ao interesse público e não há o que criticar na iniciativa do programa em desmascarar empresas corruptas, só cabe observar que causa estranheza a TV Globo levar ao ar uma matéria sobre corrupção que nem se consuma, e não noticiar os casos de corrupção consumados da semana, como as relações do “professor”-bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e com o governo de Marconi Perillo (PSDB-GO). Parece até cortina de fumaça. Mas a fumaça vai dar muita dor de cabeça para outro tucano muito apreciado nas redações da Globo: José Serra (PSDB-SP).

Uma das empresas pautadas para receber carta-convite e ser atraída para a, digamos assim, armadilha do repórter, foi a Toesa Service, que aluga ambulâncias.

A Toesa é velha conhecida do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM) e de seu então secretário de saúde Augusto Carvalho (PPS). No esquema do mensalão do DEM, eles gastaram por mês com a Toesa (sem licitação) mais do que gastaram com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, apoiado pelo Ministério da Saúde) no ano todo de 2009. Confira aqui e aqui.

Outro velho conhecido da Toesa é José Serra, que parece ter problemas com ambulâncias nos cargos em que ocupa. Quando ministro da saúde, ocorreu o esquema “sanguessugas”. Foi só o tucano assumir a prefeitura de São Paulo, em 2005, que a Toesa abriu filial em São Paulo para prestar serviços à prefeitura paulistana.

A Toesa também responde a processo no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, está envolvida em irregularidades em Natal (RN) e é investigada pelo Ministério Público de Goiás.