Duro de assistir

No pior jogo da Copa, Irã e Nigéria fazem o primeiro 0 x 0 do Mundial

Em partida com baixo nível técnico, times do grupo da Argentina não conseguem sair do empate

RUNGROJ YONGRIT/EFE

Disputa de bola pelo alto entre Khosro Heydari, do Irã, e Juwon Oshaniwa, da Nigéria. Não houve momentos bonitos

A tarde desta segunda-feira (ah, as segundas-feiras…) reservou ao amante do futebol o confronto entre Nigéria e Irã, que jogaram pelo grupo F, o da Argentina, completando a primeira rodada da chave. E o que se viu a partir do apito inicial de Carlos Vera na Arena da Baixada, em Curitiba, foi a pior peleja da Copa de 2014.

O Irã se preocupou basicamente em se defender o tempo todo, em um esquema no qual os volantes jogavam presos à zaga e os meias não chegavam nos atacantes. A Nigéria tomou a iniciativa do jogo, mas não conseguia furar a retranca rival. Sua melhor chave nos 45 minutos iniciais aconteceu no chute de Onazi, que passou à direita do gol de Haghighi.

Sem criatividade na parte ofensiva, os africanos mantiveram a posse de bola, chegando ao intervalo com 64% de domínio da redonda, com 36% para os iranianos. Os números da troca de passes também evidenciava o domínio: 228 completados contra 94. Contudo, foi o Irã que no fim das contas teve a oportunidade mais cristalina, em cobrança de escanteio feita aos 33 minutos. Dejagah cobrou pela direita e Reza cabeceou exigindo uma grande defesa de Enyeama.

Saudados por vaias da torcida depois de saírem de campo para os vestiários, as equipes voltaram um pouco mais dispostas para a etapa final, com os iranianos buscando adiantar um pouco a marcação e os nigerianos tentando aproveitar as (poucas) brechas na intermediária adversária. Com o passar do tempo, que pro torcedor ou espectador andou muito devagar, os asiáticos também começaram a acertar alguns contra-ataques, mas a falta de precisão e técnica na definição dos lances jogava contra.

O treinador nigeriano Stephen Keshi resolveu ir para cima de vez ao colocar Odemwingie na vaga de Azeez, aos 24 minutos, passando a jogar com quatro atacantes. Mesmo assim, nada de criar chances. Justifica-se o sistema defensivo iraniano montado pelo comandante português Carlos Queiroz, dada a qualidade técnica mais que sofrível dos seus comandados, que por vezes têm dificuldades sérias para dominar uma bola. Mas o fraco desempenho da Nigéria foi algo bastante decepcionante, já que se trata dos atuais campeões africanos.

Ao fim, um zero a zero que quase deixou de existir em uma pressão nigeriana no final da partida, com sucessivos lances pelo alto da defesa iraniana. Carlos Vera teve pena do torcedor e deu apenas dois minutos de acréscimo no final, selando um 0 a 0 que reflete a nota das duas equipes.