Pinguelli considera necessária criação de agência da ONU para o meio ambiente

Pinguelli será um dos responsáveis pelo Centro Rio+ (Foto: Antonio Cruz/ABr) Rio de Janeiro – Visto por ambientalistas e especialistas como uma decisão que poderia salvar a Conferência das Nações […]

Pinguelli será um dos responsáveis pelo Centro Rio+ (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Rio de Janeiro – Visto por ambientalistas e especialistas como uma decisão que poderia salvar a Conferência das Nações Unidas, a Rio+20, de ficar abaixo das expectativas, a criação de uma agência da ONU para o meio ambiente nem sequer entrou no documento que foi negociado por chefes de Estado no Rio de Janeiro durante os três dias de conferência.

Foi postergada para a próxima assembleia geral da ONU a discussão que possibilitará a criação de uma nova agência. Para o físico Luiz Pinguelli Rosa, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a criação de uma nova agência, apesar de simbólica, é necessária ainda na Rio+20.

“Eu queria essa nova agência. Era simbólico que houvesse essa decisão aqui na Rio+20. Sei que no último dia já não é mais possível, mas ainda é um processo que continua. Eu não sou muito envolvido com o Pnuma, mas sempre tivemos cooperação importante”, afirmou o professor em conversa com a Rede Brasil Atual.

Pinguelli será um dos responsáveis pelo Centro Rio+, cuja criação foi anunciada hoje pelo governo. O órgão terá o objetivo de reunir agências da ONU, governos, setor privado e sociedade civil para trocar experiências e desenhar programas e políticas para o desenvolvimento sustentável, além de reunir o legado deixado pela ECO 92 e pela Rio+20, segundo anúncio feito hoje (22) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

De acordo com Pinguelli, essa iniciativa nada tem a ver com as discussões sobre a criação de uma agência da ONU para o meio ambiente e que, como foi comentado antes da Rio+20, poderia ter sede no Rio de Janeiro. “Esse centro que está sendo lançado é um dos legados dessa conferência. É uma iniciativa do governo federal, que recebeu apoio do Pnud. É uma ferramenta a mais para discutir os rumos do desenvolvimento sustentável no mundo”, explicou.

A Rio+20, será encerrada oficialmente hoje à tarde com a divulgação do documento final, contendo 49 páginas. O balanço dos dez dias de discussões, mesmo no último dia, divide opiniões. Autoridades brasileiras consideram um avanço a inclusão do desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, enquanto movimentos sociais e alguns líderes estrangeiros criticam a falta de ambição do texto.

A ministra Izabella Teixeira, defendeu o êxito da conferência, como o consenso de que outros parâmetros de desenvolvimento, além do Produto Interno Bruto (PIB), sejam criadas. Ela destacou também a consolidação da agenda dos oceanos, que acaba de ganhar caráter estratégico.