Diário, que estranho… Sonhei com aquela jornalista que eu disse que sonhava comigo.

Ela estava com uma roupa verde, de couro. O short era bem curto e as botas, bem compridas. Na mão, ela tinha um chicote.

Eu estava numa cadeira, com os braços e pernas amarrados.

Ela andava em volta de mim e de vez em quando fazia o chicote estalar no chão.

Isso já estava ruim, mas ficou pior.

É que apareceu aquela Patrícia Campos Mello, pra quem eu fui condenado a pagar R$ 35 mil por danos morais. A roupa de couro dela era amarela. E ela segurava um garrote, um tipo de alicate bem comprido, daqueles que a turma do Ustra usava para espremer os bicos dos seios das comunistas. E eu sabia que, nos homens, eles apertavam outro lugar.

Aí veio a Daniela Lima, da CNN, que eu chamei de “quadrúpede”. Ela usava uma roupa de couro azul e segurava uma barra que dava choques na ponta.

Pensei que tinha acabado, mas aí entrou a Manuela Borges, aquela repórter da Rede TV! que eu chamei de “analfabeta”, porque ela me fez uma pergunta sobre o Golpe Militar de 64. Essa aí estava usando uma roupa de couro branca e segurava um rato numa gaiola. Eu conhecia aquilo e gemi: “ai, minha hemorroida…” 

As quatro andavam em volta de mim com aqueles instrumentos de tortura. Os passos delas faziam um baita barulho, com eco e tudo. Então resolvi gritar, porque, se tem uma coisa que eu gosto, é de gritar com mulher jornalista:

– O que vocês vão me fazer? Vão me bater? Vão me torturar?

As quatro responderam ao mesmo tempo, mas com uma só voz, que parecia uma caverna falando:

– Não vamos te bater, mas vamos te torturar.

Depois, elas jogaram os instrumentos de tortura longe, cada uma pegou um microfone e começaram a perguntar:

– Qual foi a sua primeira rachadinha?

– Por que o Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michelle?

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– Quantas pessoas você acha que matou sendo contra máscara e vacina?

– Quanto você ia ganhar na Covaxin?

– Quanto os pastores do MEC te repassavam?

O sonho ficou tão torturante que eu acordei. Estava todo molhado. Era uma mistura de lágrimas, suor e sei lá mais o quê.

Quer dizer, sei sim. Vão ter que trocar o lençol, Diário.

#diariodobolso