Diário do Bolso

Ironia, é dizer o contrário do que a coisa é. Por exemplo: ‘Nunca fiz rachadinha’

Diário, todo mundo me chama de burro, mas tem uma aula da dona Maria das Graças, professora de português, que não esqueço

Via @DiáriodoBolso
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Diário, todo mundo me chama de burro, mas tem uma aula da dona Maria das Graças, professora de português, que eu não esqueço até hoje.

Eu pensei que era sobre figurinhas, então fiquei prestando atenção. Mas era sobre figuras. Figuras de linguagem. E decorei isso aí tão bem que na entrevista pro Bonner eu expliquei que a frase “Quem tomar vacina vai virar jacaré” era uma hipérbole.

Vou dar mais uns exemplos aí, talkei?

METÁFORA: É quando a gente diz uma coisa pra dizer outra, tipo “Se eu puder dar um filé mignon pro meu filho, eu dou, sim”. Isso não quer dizer que eu vou dar um bife pra ele comer. Quer dizer que se eu puder botar o meu filho no cargo de embaixador, eu vou botar. Mesmo que ele só não saiba fazer um filé, só hambúrguer.

METONÍMIA: É quando a gente usa a parte para falar do todo. Tipo: “Daqueles governadores paraíba, o pior é o do Maranhão”. O que eu queria dizer é que entre os governadores do Nordeste, o do Maranhão era o pior. Outro exemplo: “Querem ferrar a minha hemorroida”. Mas esse aí é melhor eu nem explicar.

EUFEMISMO: É quando a gente dá uma diminuída no que a coisa quer dizer. Por exemplo, num discurso aí eu falei que era a favor da “Bancada da Legítima Defesa”. Mas é claro que eu tava falando da “Bancada da Bala”. É que ia pegar mal, então eu dei uma eufemisada.

PLEONASMO: É quando a gente repete o sentido da coisa, tipo nas frases “Vou subir pra cima” ou “Você conhece algum deputado do Centrão corrupto?”. Nesses casos, a gente podia dizer só “Vou subir” ou “Você conhece algum deputado do Centrão?”. 

ANTONOMÁSIA: É quando a gente, em vez de falar o nome da pessoa, usa um conjunto de palavras. Por exemplo, em vez de Pelé dá para falar “rei do futebol”. No meu caso, dá para usar “Mito”. Ou “Tchutchuca do centrão”.

IRONIA: É dizer o contrário do que a coisa é. Por exemplo: “Nunca fiz rachadinha”, “Não tem caso de corrupção no meu governo”, “Eu quero paz” ou “Vai ser só uma gripezinha”. Se bem que essa última eu falei a sério, mas depois virou ironia.

Enfim, Diário, só escrevi isso aqui em você porque eu queria mostrar que era muito inteligente. E isso não foi ironia, pô!

rachadinha

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