Diário, vou te contar, é dia sim e dia também.

Minha hemorroida não tem sossego!

Toda manhã, quando eu acordo e olho o celular, tem algum escândalo contra mim. É rachadinha, covaxin, madeireiro, mansão do Flavinho, viagra, leite condensado, nota fria de gasolina, os 89 mil da Micheque, os pastores de ouro e nem sei mais o quê.

Hoje os fuçadores do UOL foram atrás dos imóveis da minha família.

Os caras descobriram que, desde que virei político, eu, meus irmãos e meus filhos compramos 107 imóveis, 51 deles usando dinheiro vivo.

O que eles querem dizer com isso? Que é dinheiro de corrupção. Dinheiro de rachadinha.

Tanto que voltaram a falar que meus empregados no gabinete retiravam o salário em dinheiro. E lembraram que eu despedi o André, meu cunhado na época, porque ele não me passava a parte dele direito. Tinha que devolver R$ 6 mil e ele devolvia só a metade ou um terço. Picareta! Desonesto!

Ainda bem que os caras só pegaram os dados dos cartórios, Diário. Que lá as coisas tão sempre com valor menor. A mansão do Flavinho, por exemplo, tá como se tivesse custado R$ 6 milhões. Mas vale mais que o dobro.

Eu, por exemplo, comprei cinco terrenos em 2006. Eles foram registrados por R$ 160 mil. Mas na época valiam R$ 743 mil.

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Outro caso: a minha casa lá no Vivendas da Barra valia mais de R$ 1 milhão em 2009, mas eu disse que comprei por R$ 409 mil. Só paga imposto quem é trouxa, pô!

Uma coisa boa foi que eles só conseguiram pegar um imóvel comprados em nome de laranjas: a mansão de R$ 3 milhões em que a minha ex, a Ana Cristina e o Jair Renan vivem.

Que saudade dos tempos em que a imprensa só falava do tríplex do Lula…

#diariodobolso