Diário do Bolso

Diário, eu odeio carnaval. Odeio!

Sempre dão um jeito de me xingar nessa época. Mas imagina só que beleza ia ser uma escola desfilar em minha homenagem

T+M/Bolso
T+M/Bolso

Ontem foi o pessoal das arquibancadas lá no carnaval da Sapucaí. Ainda bem que a turma dos camarotes me defendeu. Os camarotenses sempre estão do meu lado (tirando uns banqueiros metidos a moderninhos).

Me diga, Diarinho, quando é que uma escola vai desfilar em minha homenagem?

Até já imagino a beleza que ia ser…

A Comissão de frente ia ser estrelada: só generais. Braga Netto, Mourão, Heleno, Pazuello e cia., todos equipados com pênis infláveis, pra fazerem uma coreografia bem sexy quando passassem em frente aos jurados.

Não ia ter ala das baianas porque baiano não gosta de mim. E quando eu digo baiano, é todo mundo que vive acima do Rio de Janeiro, talkei?

Mas ia ter um robô gigante, representando os kits de robótica do Arthur Lira. Ia ser um carro superluxuoso, superbonito e superfaturado.

O mestre-sala e a porta-bandeira seriam o Ciro Nogueira e a Damares. Ela de rosa, ele de verde-dólar.

Cada um dos meus filhos ia usar uma fantasia diferente: o Flavinho viria dentro de um ovo de chocolate rachado ao meio; o Dudu Embaixador, de Estátua da Liberdade; e o Carluxo, como sempre, de pavão.

Uma ala de caveiras ia representar os mortos pela covid. Seria uma ala gigante, com 663 integrantes, cada um representando mil mortos. E elas iam tossir o tempo todo, que nem eu, quando imitei os doentes numa live.

O Wassef e o Queiroz iam usar uma fantasia de irmãos xifópagos, mas, em vez de ficarem lado a lado, um ia ficar de costas pro outro. E no samba-enredo ia ter um trecho especial pra eles, que o Wassef ia cantar assim:

“Desse Queiroz, não sei o paradeiro.

pois não trato com gente dessa laia,

Eu jamais seria o seu hospedeiro,

Garanto que não está em Atibaia.”

A ala do Centrão viria dirigindo tratores, pra lembrar os tratores comprados com as emendas de relator. E a Micheque seria a rainha da bateria numa fantasia feita só de cheques de 89 mil reais.

O Daniel Silveira viria em cima de um carro alegórico gigante em forma de jaula. Mas aí, eu, fantasiado de juiz de futebol, sopraria um apito gigante, de onde dairia um jato de purpurina, e as grades cairiam uma para cada lado.

Ah, Diário, o carnaval podia ser tão melhor…

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Torero