Sofrido

Brasil joga mal, mas impede ‘Mineirazo’ e avança à final

Em jogo tecnicamente fraco, seleção vence Uruguai por 2 a 1 com direito a defesa de pênalti

Danilo Borges/Portal da Copa/ME

Gols de Fred e Paulinho levaram o Brasil à final da Copa das Confederações

Em jogo mais disputado do que técnico, o Brasil venceu o Uruguai por 2 a 1 na primeira semifinal da Copa das Confederações. Mais eficiente no ataque, a seleção evitou um vexaminoso ‘Mineirazo’ e agora espera o ganhador de Espanha e Itália.

A seleção brasileira não teve êxito em realizar a blitz que vinha garantindo gols no início das partidas nesta Copa das Confederações. O Uruguai soube segurar a pressão, e em vez de ser atacado, acabou pressionando mais.

Enquanto o Brasil tinha dificuldade na saída de bola, o time celeste atacava e, logo aos 12, teve a chance de abrir o placar. Em lance de escanteio, David Luiz quase arrancou a camisa de Lugano dentro da área. Pênalti e cartão amarelo para o zagueiro brasileiro. Na cobrança, no entanto, Forlán chutou mal e Julio César, adiantado, realizou a defesa.

O lance deu confiança ao time brasileiro, que passou a manter a posse de bola com mais facilidade. As chances de gol, no entanto, não apareciam. Oscar esteve apagado, assim como Hulk e Daniel Alves. Aos 36, o Brasil teve o primeiro lance de perigo, em jogada individual de Marcelo, que cruzou para Fred. O atacante dividiu com Godin e não conseguiu a finalização certeira.

Logo em seguida, aos 40 minutos, Neymar aparece e realiza bonita jogada pessoal: recebeu o lançamento de Paulinho, dominou, passou pela zaga e tirou a bola de Muslera uma fração de segundo antes da chegada do goleiro. O lance sobrou para Fred, que chutou esquisito, mas acertou o gol. Foi o terceiro gol do atacante no torneio.

Logo no início do segundo tempo, o Uruguai empatou a partida. Após tabela uruguaia, Thiago Silva tentou sair jogando com Marcelo, que não dominou. A bola sobrou no pé de Cavani, que chutou no canto de Julio César.

Depois disso, o jogo ficou amarrado e burocrático. Aos 18, Felipão tirou o inoperante Hulk e colocou Bernard. Apenas aos 20 minutos houve novo lance de perigo, mas do lado uruguaio. Suárez cabeceou próximo ao gol, mas a zaga desviou e mandou para escanteio. Em seguida, aos 21, a substituição começou a mostrar resultados: Bernard fez jogada pela direita e cruzou para Fred, que bateu para fora. Aos 23, Bernard passou para Oscar, que tocou de calcanhar para Neymar chutar fraco, para defesa de Muslera. Aos 27 minutos, a segunda alteração na equipe: Oscar, em fraca jornada, saiu para a entrada de Hernanes.

Neste momento, o jogo estava melhor. Ambas as equipes buscavam o gol, ainda que sem oportunidades claras. Aos 33, Cavani chutou de fora, bola desvia na zaga e passa muito perto. Aos 36, resposta do Brasil: bola cruzada para Fred, mas Godin manda para escanteio.

O Brasil chegou à vitória aos 40 minutos. Em mais um cruzamento, este preciso, Paulinho sobe mais que todo mundo na segunda trave e cabeceia com segurança para o gol. Foi o segundo do volante na competição.

No final, o Uruguai pressionou, mas com pouca organização. Aos 47, o goleiro Muslera foi para a área tentar o cabeceio, sem sucesso. A defesa brasileira segurou o abafa até o final, para comemorar a classificação para a final. Em entrevista ao final do jogo, o goleiro Julio César, escolhido como o melhor do jogo, admitiu que o time jogou mal, mas ressaltou a garra para conseguir a vaga.

Provocações

Antes do jogo, o zagueiro uruguaio Lugano insinuou que o árbitro escalado para a partida, o chileno Enrique Osses, ajudaria o Brasil. Isso porque o Brasil abriu mão de organizar a Copa América de 2015 em favor do Chile. A CBF soltou uma nota repudiando as acusações, mas o clima para o jogo já havia esquentado.

Dentro de campo, Neymar foi o principal alvo dos uruguaios, mas também um dos mais faltosos.  Logo antes do segundo gol brasileiro, Álvaro Gonzáles foi substituído e, no caminho para o banco, provocou Neymar, que se preparava para bater um escanteio. O brasileiro xingou Gonzáles em alto e bom som e, irônico, mandou um beijo para o voltante. Depois do segundo gol brasileiro, houve mais jogadas ríspidas.

Ficha técnica

Brasil

Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar (Hernanes); Hulk (Bernard), Neymar (Dante) e Fredi.

Uruguai

Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Martín Cáceres; Álvaro González
(Gargano), Arévalo, Cristian Rodríguez; Forlán, Luis Suárez e Cavani.