Brasil X Espanha

Espanha vence nos pênaltis e pega Brasil na final da Copa das Confederações

Itália cria dificuldades para espanhóis, mas não consegue superar a Fúria

FELIPE TRUEBA/EFE

Na sétima cobrança, Navas não vacila e leva a Espanha para a decisão

A partida entre Espanha e Itália começou da maneira que todo mundo imaginava. Os atuais campeões europeus e mundiais dominaram amplamente a posse de bola e envolveram o time italiano com seu toque de bola. O que ninguém previa era que, mesmo nesse cenário, o ataque italiano fosse muito mais perigoso que o espanhol. Aos poucos, o panorama da partida foi mudando. A Espanha adaptou-se à marcação italiana e mudou sua forma de jogar. Passou a usar as laterais e abusou dos cruzamentos na área, atordoando a defesa italiana. Se no primeiro tempo o placar das finalizações foi de 9 a 2 para a Azzurra, ao final do jogo a Espanha tinha 19, contra 13 da Itália.

Mas a relativa abundância de chutes a gol não conseguiu vencer os goleiros e a falta de mira. Em 120 minutos, o placar não saiu do zero e a partida foi decidida nos pênaltis. A Espanha venceu por 7 a 6 e se classificou para a final com o Brasil. No tira-teima da final da Euro 2012 a Itália mostrou mais qualidade, mas não a ponto de superar os espanhóis.

No início do primeiro tempo, a Espanha dominou completamente as ações. Como é de praxe, a Fúria mantinha a posse de bola com facilidade, restando à Itália as tentativas de contra-ataque. Toda a posse espanhola (65% na primeira etapa), no entanto, não significou efetividade no ataque. Nessa etapa, a Itália esteve muito mais próxima de abrir o placar.

A primeira chance espanhola aconteceu logo aos 2 minutos, num chute de Pedro da entrada da área, para fora. No lance seguinte, a resposta da Itália veio na forma de um contra-ataque. Gilardino rolou para Giaccherini, que chutou longe. O próximo lance de perigo foi italiano. Aos 16 minutos, De Rossi lançou Maggio, que cabeceou para a difícil defesa de Casillas, adiantado. No minuto seguinte, mais uma chance da Azzurra: Pirlo cobrou falta para o cabeceio de De Rossi, que cruzou a pequena área e saiu ao lado do gol. Aos 18, a pressão italiana aumentou. Na chance de gol mais clara até então, Giaccherini passou por dois e cruzou para a área. Maggio escorou de cabeça para a finalização de Maschisio, também de cabeça, para fora.

Depois do abafa da Itália, a Espanha equilibrou o jogo e recompôs as ações defensivas. O ataque, entretanto, permaneceu inoperante. Só aos 35 houve novo lance de perigo, mais uma vez para a Itália. Giaccherini cruzou para Maggio, que completa para a difícil defesa de Casillas. Aos 36, a Espanha finalmente chega ao ataque, com Fernando Torres. O atacante girou dentro da área e chutou cruzado, para fora. Ainda houve tempo para mais uma finalização da Itália. De Rossi chutou forte para a defesa de Casillas.

Na segunda etapa, a Espanha passou a usar mais as laterais do campo, o que não aconteceu no primeiro tempo. O jogo, entretanto, recomeçou morno, sem lances de perigo até os 12 minutos. Navas chutou forte do bico da área, para boa defesa de Buffon. Aos 18, Iniesta assumiu a responsabilidade e fez fila na defesa italiana. A finalização, no entanto saiu torta, à esquerda de Buffon.

A Itália chegou pela primeira vez perto do gol aos 23 minutos. Maggio cruzou e Marchisio chutou prensado. A bola saiu para escanteio. Aos 25, mais uma tentativa da Azzurra e mais uma finalização travada pela defesa. A Espanha voltou a atacar aos 27. Em um raro contra-ataque da Fúria, Pedro chegou livre, mas Buffon saiu bem e forçou o erro na finalização.

Nos minutos seguintes, ambos os times criaram situações de ataque, mas com pouco perigo para os goleiros. Aos 38, Piqué chegou na área de frente para finalizar um cruzamento de Navas, mas, como bom zagueiro, isolou a bola. Nos minutos finais, Torres escorou de cabeça para Mata, que girou e chutou fraco, para a defesa de Bufon. Aos 47, a Itália tentou uma última vez. Depois de lançamento, Aquilani tentou uma meia bicicleta, mas pegou mal. A bola sobrou para Gilardino, mas atacante foi pego em impedimento. No último lance, a Espanha ainda tentou impedir a prorrogação com uma cobrança de falta na área, mas ninguém alcançou.

Depois de 90 minutos jogados a uma temperatura de cerca de 30°C e umidade relativa do ar de 80%, as duas equipes começaram a prorrogação desgastadas fisicamente. Apesar disso, as duas equipes começaram buscando o gol. A Espanha quase marcou no primeiro minuto, em finalização de Navas. Buffon fez boa defesa. Aos 2 minutos, foi a vez da Itália chegar com muito perigo. Candreva fez bom cruzamento par a área. Giovinco chutou prensado e bola sobrou para Giaccherini, que chuta forte na trave. Aos 4, Piqué pegou mais uma sobra na área e finalizou por cima. Dois minutos depois, Sergio Ramos chutou, mas De Rossi afastou. A blitz espanhola continuou. Iniesta fez boa jogada aos 8 minutos, tocou para Alba, que jogou por cima. A Espanha continuou melhor e voltou a ameaçar aos 13 minutos. Iniesta cavou falta na entrada da área e Xavi cobrou com perigo, por cima do gol.

O segundo tempo da prorrogação começou mais lento. A primeira chance foi da Espanha, aos 4 minutos, num chute de Mata, para fora. Em seguida, o zagueiro Chiellini caiu no gramado, com cãibras, mas não pôde ser substituído, já que a Itália – assim como a Espanha – havia utilizado as três substituições. Aos 9, mais uma grande oportunidade da Espanha. Xavi chutou fraco, mas Buffon se atrapalhou na defesa e a bola sobrou para Martínez, que chutou cruzado, muito perto da trave. No minuto seguinte, quase um repeteco: Navas chuta cruzado, com endereço certo, mas Buffon faz a defesa e salva a Itália. A essa altura, o time da Itália já torcia pelo fim do jogo, enquanto a Espanha sobrava fisicamente e forçava o ataque. A Fúria teve duas cobranças de escanteio, mas não acertou o gol. Os dois últimos minutos foram de abafa da Espanha. Em um contra-ataque de 4 contra 3, o time perdeu um gol praticamente feito e não conseguiu evitar os pênaltis.

Candeva começou marcando pela Itália, com direito a cavadinha no meio do gol. Xavi bateu forte no canto direito e também guardou. Aquilani bateu e marcou o segundo pênalti da Itália, bem como Iniesta, para o lado espanhol. De Rossi também ousou e bateu cavado, acertando a terceira cobrança. Piqué marcou em seguida. Giovinco, com muita calma, bateu no canto e deixou Casillas parado no meio do gol. Sergio Ramos também acertou o quarto. Pirlo ficou com a responsabilidade de bater o quinto pênalti italiano, e repetiu a cobrança certeira de Giovinco.

Com toda a pressão nas costas, Mata bateu bem e voltou a empatar o marcador. Para inaugurar as cobranças alternadas, Montolivo guardou para a Itália, assim como Busquets para a Espanha. Bonucci errou a cobrança para a Itália e Navas não perdoou. Guardou sua cobrança e classificou a Espanha para a final com o Brasil.