Desenvolvimento em foco

Como diferentes atores sociais precisam se articular para o país promover a inovação

Ecossistemas de inovação criam ambiente para estimular a produção e troca de conhecimentos para acelerar o desenvolvimento tecnológico

qimono / Pixabay
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É importante que os ecossistemas estejam em constante evolução, se adaptando às mudanças no ambiente de negócios e às novas tendências tecnológicas

Os ecossistemas de inovação têm se consolidado como importantes “motores” do desenvolvimento tecnológico e econômico em diversos países, incluindo o Brasil. Esses ecossistemas, compostos principalmente por universidades, startups, grandes corporações, governo e investidores, têm sido fundamentais para impulsionar a inovação nas cidades e nas empresas. Tratamos deste tema na 26ª Carta de Conjuntura da USCS, disponível em https://noticias.uscs.edu.br/cartas-do-observatorio-conjuscs/.

O papel desses ecossistemas é criar um ambiente propício para o surgimento de inovações disruptivas, por meio da colaboração entre diferentes atores. A ideia é criar um ambiente em que a troca de conhecimentos e a criação conjunta de soluções sejam estimuladas, de forma a acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos.

As empresas inseridas nesses ecossistemas têm a oportunidade de se beneficiar da colaboração e da inovação aberta, o que permite a elas desenvolver soluções mais rapidamente e de maneira mais eficiente. Isso pode resultar em maior competitividade e crescimento no mercado.

Entretanto, é importante ressaltar que o sucesso de um ecossistema de inovação não depende apenas da presença de empresas e instituições de ensino. Também é essencial a existência de políticas públicas favoráveis, que incentivem a inovação e o empreendedorismo. Além disso, é importante que os ecossistemas estejam em constante evolução, se adaptando às mudanças no ambiente de negócios e às novas tendências tecnológicas. Essa adaptabilidade é fundamental para garantir a resiliência e a longevidade do ecossistema.

Os ecossistemas de inovação têm um papel importante no desenvolvimento das cidades, pois atraem talentos, geram empregos de qualidade e contribuem para o desenvolvimento econômico local. Além disso, ajudam a criar uma cultura de inovação e empreendedorismo na cidade em que atuam, o que pode estimular ainda mais a criação de novas empresas e soluções inovadoras.

Um ecossistema de inovação permite a interconexão de um negócio com outras empresas de base tecnológica para que sejam criados espaços colaborativos no sentido de potencializar as capacidades produtivas, melhorando sua gestão e lucratividade.

Esses espaços colaborativos contribuem para a geração de empresas inovadoras, fomentando o empreendedorismo e a formação de novos talentos. Os processos impulsionam a economia local, gerando empregos e trazendo soluções tecnológicas para problemas urbanos, beneficiando a comunidade local.

O impacto social

Quando a comunidade é inserida no processo, há mais pessoas pensando e colaborando para resolver problemas. A proximidade com quem reside e vivencia os problemas é uma grande oportunidade para propor melhores soluções e tornar as ações mais assertivas.

Os ecossistemas de inovação podem proporcionar aos seus atores:

1. Aprendizado exponencial, pela troca de experiência de diversas formas e multilateralmente.

2. Networking, nos encontros promovidos pelo ecossistema e interações para o seu funcionamento.

3. Descoberta de jovens talentos, grande desafio para empresas de base tecnológica, o que pode ter a contribuição das universidades participantes.

4. Contribuições à comunidade, na medida em que os ecossistemas de inovação se consolidam, o desenvolvimento, de forma multilateral a universidades, empresas, governos e comunidades, impacta no bem estar e condições sociais do entorno.

Uma importante iniciativa neste sentido é do “Instituto Brasil Digital para Todos”, um movimento de vanguarda com o lema “Comunicar e colaborar para realizar um Brasil protagonista global na inovação e transformação digital, tendo as pessoas ao centro, sem deixar ninguém para trás”. Alinhado ao ESG, busca operacionalizar o E-Digital: Estratégia Brasileira para a Transformação Digital, suportado pela EFD 2020 2031: Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil. O projeto teve início em São Caetano do Sul, onde tem sua sede atualmente, com curadoria de Francisco Soeltl.

História do Brasil e no mundo

Iniciado em meados da década de 2000, o movimento dos ecossistemas de inovação ganhou destaque em cidades como São Francisco, nos Estados Unidos, e Tel Aviv, em Israel, como um modelo de ambiente colaborativo e de sinergia entre empresas, instituições de pesquisa, governo e sociedade, buscando estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico.

No Brasil, este movimento começou a ganhar tração em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis, onde existem importantes parques tecnológicos e incubadoras de empresas, como o Cubo Itaú (SP), a Learning Village (SP), a Associação Catarinense de Tecnologia – ACATE (SC). Além destes, podemos citar o Porto Digital do Recife (PE), a Tecnopuc (RS) e a Tecnosinos (RS). 

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Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, quase 70% das empresas em atividade no Brasil são formadas por microempreendedores individuais (MEI). É o que mostra o boletim Mapa de Empresas, são 13.489.017 MEIs no país, de um total de 19.373.257 empresas ativas.

O diretor do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração do Ministério da Fazenda, André Luiz Santa Cruz, atribui esses números ao sucesso das políticas de desburocratização, indicando que o país deixou de ser hostil ao empreendedorismo.

No processo histórico, podemos citar como principais mudanças nesses ecossistemas de inovação, a possibilidade de trabalho em equipe independentemente da localização geográfica, discutindo e propondo soluções para problemas globais e fazendo interações para inovação sem fronteiras. Isso devido à maior facilidade nas relações entre as pessoas, com a internet cada vez mais rápida, aparelhos mobiles com os mais diversos recursos e o mundo cada vez mais globalizado, reduzindo as distâncias.

A região do Grande ABC conta com o ABC Valley como sua comunidade de inovação, que tem como objetivo promover um ambiente que possa gerar conexões espontâneas entre os seus membros. Podem participar da ABC Valley estudantes, universidades, entidades governamentais, aceleradoras, investidores, startups, empresas ou quaisquer pessoas interessadas em inovação. O ITESCS tem participado ativamente de eventos da comunidade ABC Valley.

Eventos na região do Grande ABC

Citamos abaixo eventos relacionados ao tema já realizados na região do Grande ABC em 2023:

Failtech: Evento presencial, na sede do Sebrae ABC, em Santo André – Maio.

ABC Valley Invest: Evento on-line – Maio.

Encontro dos Colegas de inovação 2023 no ABC: Evento presencial, no Instituto Mauá de Tecnologia – IMT – Maio.

Startup Day Grande ABC Paulista: Evento presencial, na sede do Sebrae ABC, em Santo André – Maio.

Como Proteger a Propriedade Intelectual nas Startups?: Evento presencial, na sede do Sebrae ABC, em Santo André – Maio.

ITESCS Online Connections: Como se beneficiar com as leis de incentivos? Evento on-line – Junho.

Eventos futuros

Além dos eventos já realizados, são realizados periodicamente os seguintes eventos:

Itescs Connection online: Promovido pelo ITESCS, toda 1ª quinta feira do mês, sempre às 19h, informações pelo canal oficial www.instagram.com/itescsoficial/;

Meetup ABC Valley: Promovido pela comunidade ABC Valley, toda 4ª quinta-feira do mês, informações pelo canal oficial ABC Valley [Oficial] (@abcvalleyoficial) | Instagram.


Leo Gmeiner. Empreendedor da startup School Guardian, Presidente do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (ITESCS) e Pesquisador convidado do Observatório Conjuscs.

Luciano Calchi. Co-Founder da Trader Crypto, Vice-Presidente do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (ITESCS) e Pesquisador convidado do Observatório Conjuscs.