Escassez

Idec mostra que racionamento de água é realidade em São Paulo

O superintendente da Sabesp, José Júlio Pereira Fernandes, diz que são 'mínimas' as reclamações de falta d'água face ao número de pessoas que são abastecidas regularmente

Superintendente da Sabesp nega, mas racionamento já é realidade para a população paulista

São Paulo Estudo realizado pelo Instituto em Defesa do Consumidor (Idec) mostra racionamento de água na capital e na grande São Paulo. Entre 25 de junho e 18 de setembro, foram registrados 618 relatos de falta d’água, 72% dos que reclamam apontam que o fornecimento foi interrompido diariamente uma vez por dia e 82% afirmaram a ocorrência à noite. A Sabesp insiste em negar o racionamento. A reportagem sobre o tema foi ao ar na edição de ontem (1) do Seu Jornal, da TVT.

O superintendente da Sabesp, José Júlio Pereira Fernandes, diz que são mínimas as reclamações de falta d’água face ao número de pessoas que  são abastecidas regularmente. “Não há racionamento nenhum e a gente não pretende implantar racionamento nenhum”, diz. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) e a Agência Nacional de Águas (ANA) já recomendaram o procedimento.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, tem até amanhã (2) para decidir se abre ou não inquérito civil contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) por omissão do governo para prevenir e minimizar a crise de escassez de água pela qual passa o estado de São Paulo desde o fim do ano passado.

Gustavo Cherubina, educador ambiental, aponta que o período eleitoral faz o governo omitir a crise e não tomar medidas frente a pressão das entidades ambientalistas e da população. “A crise hídrica tem que resultar em um entendimento novo sobre a água, que passa pela casa das pessoas, pelos quarteirões e pelas questões regionais”, argumenta.

Cherubina denuncia que “problemas históricos” do sistema hídrico de São Paulo não são resolvidos pela Sabesp, como a perda da água, já tratada, no sistema de abastecimento das residências, que chega a 25%.

O estado de São Paulo vive a pior escassez de água da história. O Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, opera com menos de 7,4% da capacidade. Essa situação passou a comprometer outros sistemas, como é o caso do Alto Tiete, responsável pelo fornecimento de água para 4 milhões de pessoas das regiões metropolitanas de São Paulo e do Alto Tietê.

Assista a reportagem completa realizada pela TVT: