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Mauá oficializa racionamento de água a partir de 1º de outubro

Cidade é a segunda a adotar o racionamento de água na Grande São Paulo; Guarulhos sofre com escassez desde fevereiro

Prefeito Donisete Braga afirma que governo do estado precisa se responsabilizar pela falta d’água na cidade

São Paulo – A partir do dia 1º de outubro a prefeitura de Mauá, no ABC paulista, vai racionar a água. Durante a semana, serão quatro dias com água e um sem, em 25 bairros. Aos finais de semana o fornecimento será regular. Moradores denunciam que sofrem com a falta d’água desde o início de junho deste ano. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o governo de São Paulo negam a medida. Reportagem sobre o tema foi levada ao ar nesta semana no Seu Jornal, da TVT.

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), alega que a Sabesp reduziu 22% do fornecimento de água. “Seria uma irresponsabilidade do governo não informar para a população que houve um corte já da Sabesp, portanto, nós tivemos aí a responsabilidade de informar a população. O governo tem que ter coragem de enfrentar os debates”, diz.

A cidade de Mauá é abastecida pelos Sistemas Alto Tietê e Rio Claro. O segundo também abastece parte de Ribeirão Pires e Santo André. O Alto Tietê é formado pelos rios Tietê, Claro, Paraitinga, Biritiba, Jundiaí, Grande, Doce, Taiaçupeba-Mirim, Taiaçupeba-Açu e Balainho e atende 3,3 milhões de pessoas. Em Mauá, é responsável por abastecer 30% do município: zona baixa e média. Nessa região está concentrada a maior parte das indústrias que movimentam a economia da cidade. Bairros como Capuava, Sônia Maria, Loteamento Industrial, Jardim Pedroso, Sertãozinho, Fazenda Capitão João e Jardim Hydee são abrangidos pelo Sistema

A prefeitura está trabalhando em campanha para conscientização da redução do consumo. Paulo Sérgio Pereira, superintendente de Saneamento Básico de Mauá, explica que essa é uma medida preventiva e insuficiente. “A população não pode mais ficar à mercê de informações que não condizem com a realidade”, afirma ao denunciar a omissão do governo de São Paulo.

Paulo lembra que a distribuição da água dos reservatórios até as residências é responsabilidade da prefeitura, mas quem produz e fornece é a Sabesp. “O município de Mauá tem uma topografia irregular. Então, hoje alguns dos bairros da zona da coroa e da zona alta sofrem com essa redução do volume de água.”

Leonardo Cevada, arquiteto, conta que durante a noite a quantidade de agua diminui e chega a faltar. “Fica fraca durante o dia também. Para economizar eu não lavo mais o quintal, uso a água da máquina para lavar o quintal, não lavo o carro nem a calçada”, conta.

A pensionista Francisca Celina das Candeias diz que segue todas as recomendações do folheto que a prefeitura está distribuindo para a população sobre a necessidade de economizar a água. “Eu evito ao máximo deixar estragar a água.”

Mauá tem cerca de 500 mil habitantes e é a segunda cidade a adotar o racionamento de água na Grande São Paulo. Guarulhos sofre com a falta d’água desde fevereiro e os moradores recebem água em dias alternados. A cidade tem 1,4 milhão de habitantes e a prefeitura denuncia que o fornecimento foi reduzido em 15%. No entanto, a Sabesp nega a redução no fornecimento de água para Guarulhos e Mauá.

O estado de São Paulo vive a pior escassez de água da história. O Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, opera com menos de 7,4% de sua capacidade. Essa situação passou a comprometer outros sistemas, como é o caso do Alto Tiete, responsável pelo fornecimento de água para 4 milhões de pessoas das regiões metropolitanas de São Paulo e do Alto Tietê.

Assista a reportagem completa realizada pela TVT:

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