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Ciclone no RS: mais seis mortes são confirmadas e total de vítimas chega 32. Ministros visitam áreas

Com 32 mortes confirmadas, ciclone no RS e SC supera o anterior, em junho, até então o maior desastre natural dos últimos 40 anos no estado

Marcelocaumors/Instagram/Reprodução
Marcelocaumors/Instagram/Reprodução
Ao longo de 2023, o Brasil vivenciou um número recorde de eventos climáticos extremos

São Paulo – As fortes chuvas desde a passagem de um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul e Santa Catarina já causaram 32 mortes desde segunda-feira (4). Na manhã desta quarta (6), a Defesa Civil do estado confirmou que seis corpos foram encontrados no município de Roca Sales, na região dos Vales. Ontem (5), ao vistoriar uma casa em Muçum, mais 15 mortos foram encontradas e registradas pelo órgão. Hoje, o governo do estado do Rio Grande do Sul confirmou mais quatro vítimas.

Na tarde desta terça, também estavam confirmados outros seis óbitos em Mato Castelhano, Passo Fundo, Estrela e Ibiraiaras. As cidades mais atingidas estão nas regiões Norte, Serra e Vale do Taquari, onde o rio homônimo transbordou. AS 27 mortes registradas apenas no Rio Grande do Sul superam a maior tragédia natural dos últimos 40 anos no estado. Até então, o pior desastre havia sido em junho, quando 16 pessoas morreram por conta das consequências também de um ciclone extratropical que devastou, principalmente, municípios no Litoral Norte e na região dos Vales.

O temporal veio acompanhado de queda de granizo, ventos fortes e tempestades, com os chamados transtornos associados (como enxurradas e inundações). Em alguns municípios, há pontes submersas, interditadas ou rompidas, como a que liga Farroupilha a Nova Roma. De acordo com o balanço mais recente, a Defesa Civil registrou 66 cidades gaúchas e mais de 25 mil pessoas afetadas nos últimos dias. Ao todo, 2.984 estão desalojadas e 1.650 desabrigados.

A maior tragédia

No oeste de Santa Catarina, um homem também morreu após o carro em que ele estava ser atingido pela queda de uma árvore derrubada durante o temporal em Jupiá, na segunda (4). Foram registradas rajadas de vento de até 110 quilômetros por hora na unidade federativa.

O fenômeno extratropical que atingiu a região Sul se formou por conta de um sistema de baixa pressão, que provocou chuvas intensas e se deslocou em direção ao oceano. Associado a ele, há a presença de uma frente fria. E quanto mais baixa a pressão do ar em seu interior, mais fortes são os ventos causados pelos ciclones.

Eventos climáticos dessa natureza têm ocorrido com maior frequência no estado. Até então a maior tragédia natural, o ciclone em junho passado, foi seguindo por outra tempestade violenta, um mês depois, que tirou a vida de mais cinco pessoas. A avaliação de especialistas é que as mudanças climáticas devido ao aquecimento global têm tornando esses eventos extremos cada mais mais frequentes.

Ministros no RS

Nesta quarta, os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, chegam ao Rio Grande do Sul para visitar as áreas mais devastadas. A rota inclui Muçum, a cidade mais atingida e que está com aproximadamente 80% das estruturas debaixo d’água. A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se reunirá com o governador Eduardo Leite (PSDB) e os prefeitos da região.

Segundo a Defesa Civil do estado, a previsão é que as chuvas, mesmo após darem uma trégua nesta terça, retornem hoje com temporais na região de fronteira entre a Argentina e da Campanha Gaúcha. A tempestade deve seguir no feriado da Independência, no 7 de setembro, na metade sul do estado. A tendência é de que, na sexta, as instabilidades avancem sobre as demais regiões com chuvas pontualmente fortes.

(*) Com informações do G1 e da Agência Brasil