Alerta

Novo ciclone ameaça o Sul do país enquanto região central enfrenta calor

Mudanças climáticas e conjuntura atmosférica sazonal têm impacto em eventos extremos cada vez mais constantes. Meteorologia faz novo alerta para o Sul

Marcelocaumors/Instagram/Reprodução
Marcelocaumors/Instagram/Reprodução
Ao longo de 2023, o Brasil vivenciou um número recorde de eventos climáticos extremos

São Paulo – Um novo ciclone está em formação no Sul do país. A região central do fenômeno estará próxima do litoral gaúcho a partir da noite de amanhã (26). Particularmente, a região de Porto Alegre está no radar dos meteorologistas. Por esta razão, a cidade anunciou o fechamento das comportas do rio Guaíba, que banha a cidade. Com ventos por volta de 70 quilômetros por hora, o ciclone deve levar chuvas intensas e granizo para os litorais gaúcho e catarinense.

Trata-se de mais um evento meteorológico extremo no país, algo constante no último período. O Sul já experimentou outros ciclones nesta temporada. Enquanto isso, as frentes frias tradicionais nesta época, vindas do sul do continente encontram dificuldades para superar as massas quentes que dominam o clima em regiões mais tropicais e equatoriais do país, incluindo o Sudeste.

A tradicional Zona de Convergência do Atlântico Sul, que leva tantas chuvas ao Sudeste durante o verão, vem contribuindo para o cenário. Isso, ao lado do aquecimento das águas do Pacífico Sul, conhecido como El Niño. A umidade das florestas tropicais amazônicas, aliadas ao calor continental da América do Sul, em contraposição às massas de alta pressão e baixa temperatura vindas da Antártica resultam em um choque abrupto. Para resolver este diferencial gradiente, a natureza termodinâmica da atmosfera recorre a eventos extremos, como furacões, micro-explosões e ciclones.

Eventos extremos

A chuva no Sul, entretanto, colocará fim, ainda que passageiro, ao calor extremo na região central do país. Ainda que o Centro-Oeste mal perceba o avanço do ar polar, os termômetros do Sudeste poderão, enfim, registrar temperaturas mais amenas a partir da noite de quarta-feira. Contudo, o alívio não deve durar. Previsões em escala mais larga apontam que os três meses de primavera, que começou no sábado, devem ser tórridos. Fruto do ano que caminha para ser o mais quente da história, devido às mudanças climáticas.

Embora o calor provoque estragos, as consequências dos ciclones, cada vez mais corriqueiros, são (até o momento) mais trágicas. Por isso, atenção total das autoridades e da Defesa Civil na região. “A chuva não vai dar trégua no Rio Grande do Sul até quarta-feira e que o aprofundamento de uma área de baixa pressão seguida da formação de um ciclone extratropical na costa vai reforçar ainda mais a instabilidade na terça-feira com chuva intensa e tempestades localmente fortes a severas”, informa a agência meteorológica Metsul.

“O ciclone estará configurado na costa na quarta e sua circulação de umidade ainda traz chuva para o Rio Grande do Sul para as Metades Norte e Leste do estado, especialmente na primeira metade do dia, mas gradualmente o tempo começa a melhorar antes de uma sequência de dias de sol e tempo firme na maior parte do estado gaúcho que se inicia na quinta”, completa a Metsul.

Enquanto isso

Enquanto isso, no Sudeste e Centro-Oeste, o calor continua. Amanhã e quarta-feira prometem temperaturas elevadas próximas ao padrão do último domingo (24), quando São Paulo registrou a quinta temperatura mais alta da história, maior para a estação, de 36,7 graus. A umidade do ar também preocupa, particularmente no interior do estado, além de Minas Gerais. As chuvas do próximo período poderão atingir, particularmente, o litoral. Contudo, sem intensidade preocupante à princípio.

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