Secas

Estiagem no RS leva mais sete cidades a estado de emergência

Ao todo, 317 municípios decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas. Comitiva de ministros do governo federal visita região nesta quinta

Defesa Civil do Rio Grande do Sul
Defesa Civil do Rio Grande do Sul
A região vem sendo prejudicada pela falta de chuvas, que afeta o Rio Grande do Sul pela terceira safra consecutiva

São Paulo – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou situação de emergência em mais sete cidades do Rio Grande do Sul afetadas pela estiagem que assola as regiões central e noroeste do estado. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (22), incluiu os municípios de Derrubadas, Eugênio de Castro, Garruchos, Gramado Xavier, Rio Grande, Santo Ângelo e Tunas. Com a medida as cidades passam agora a receber recursos da União que deverão ser direcionados aos planos municipais de recuperação. 

Ao todo, segundo balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, 317 cidades decretaram emergência devido à falta de chuvas. Destas, 191 já tiveram a situação reconhecida pelo governo federal. A região vem sendo prejudicada pela falta de chuvas pela terceira safra consecutiva. A cada ano a severidade aumenta. Ainda em janeiro, o governo riograndense decretou estado de atenção por 90 dias, também em razão da estiagem. A medida visa garantir o abastecimento de água da população.

Além disso, cerca de R$ 3,8 milhões foram repassados na sexta (17) pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) a 15 municípios gaúchos atingidos. O montante, de acordo com a pasta, deve ser usado para a compra de cestas básicas, combustível para caminhões pipa e instalação de reservatórios de água. 

Visita de ministros 

O governo federal também montou uma força-tarefa de ministros para visitar a área destruída pela seca na cidade de Hulha Negra, na fronteira com o Uruguai, uma das mais prejudicadas. A comitiva deve desembarcar nesta quinta (23) e, à tarde, anunciar que medidas emergenciais serão tomadas para socorrer as famílias atingidas pela estiagem no Rio Grande do Sul.

A atual gestão tenta equilibrar a atenção com os poucos recursos que encontrou para a Defesa Civil, segundo o ministro Waldez Góes. Conforme reportou a RBA nesta terça (21), o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), deixou no Orçamento apenas R$ 25 mil para o combate a desastres naturais neste ano. 

O valor corresponde ao que o próprio Bolsonaro gastou em uma hamburgueria com uma comitiva de 200 pessoas, durante três dias, em Juazeiro do Norte, no Ceará, durante o seu governo. Além disso, os recursos também precisam ser divididos com a tragédia no Litoral Norte de São Paulo, onde temporais causaram destruição e mataram ao menos 48 pessoas. 

Diário, no tocante ao cartão corporativo, queriam o quê? Que eu pagasse do meu bolso?

O Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional confirmou que, assim como o ministro da pasta, Waldez Góes, também farão parte da comitiva no Rio Grande do Sul os ministros:

  • do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira;
  • da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro;
  • do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias;
  • e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Edegar Pretto, e o secretário-executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Irajá Lacerda, também integrarão a força-tarefa. 

Roteiro da comitiva 

A previsão é que os ministros cheguem em Bagé, às 11h20, de onde seguirão para Hulha Negra. Às 13h15, eles visitarão a Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no município. O anúncio das medidas do governo federal para enfrentar a estiagem está previsto para as 14h. A comitiva deve retornar às 16h30 para o aeroporto de Bagé, onde será realizada coletiva de imprensa.