As reações à postura de Lula pela paz: ‘Ser persona non grata por um governo que massacra crianças é privilégio’
Líderes mundiais levantam voz com Lula contra o genocídio promovido por Israel contra palestinos na Faixa de Gaza
Publicado 20/02/2024 - 17h55
São Paulo – Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subir o tom contra o massacre que Israel promove contra palestinos em Gaza, as manifestações em apoio à postura pela paz cresceram. O governo sionista de Benjamin Netanyahu já matou mais de 30 mil árabes no último território palestino livre. Destes, mais de 15 mil mulheres e crianças civis. E a investida não cessa. Autoridades locais não escondem o desejo de expulsar todos palestinos da região neste processo conhecido no mundo árabe como Nakba. Trata-se da dizimação da cultura e das vidas que ali habitavam antes da criação fictícia de Israel, em 1948.
صديقك البعيد ولأ أخوك القريب!!!#شكرا_البرازيل pic.twitter.com/ybdszfSNXd
— تيسير البلبيسي (@Taysirbalbisi) February 19, 2024
“Expresso minha solidariedade integral ao presidente Lula do Brasil. Vemos um genocídio em Gaza que assassina, covardemente, milhares de crianças, mulheres e idosos civis. Lula só disse a verdade. Ou nos defendemos ou a barbárie nos aniquilará. A sentença da Corte Internacional de Justiça sobre Israel deve ter poder vinculante e consequências em todos os países do mundo”, disse o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre ação do Brasil junto ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, contra o genocídio dos palestinos.
‘O Estado palestino deve ser independente, soberano e economicamente viável’ 🇵🇸
— Brasil de Fato (@brasildefato) February 20, 2024
Hoje (20), o Brasil pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, nos Países Baixos, que declare ilegal a ocupação dos territórios palestinos por forças militares de Israel.
🧶⬇️ pic.twitter.com/bJwD0MrxuL
Israel mente
Em uma mensagem breve em suas redes sociais, o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica apenas saudou Lula. “Viva Lula, viva Brasil”, disse. Ao chamar a atenção para os crimes de Israel, Lula disse que a história já viu outros genocídios, como o Holocausto, que matou milhões de judeus sob comando da Alemanha nazista. Contudo, o governo de Israel, sionista de extrema direita, apelou para a mentira. Disse que Lula, em sua fala, “negou o Holocausto”. Assim, Israel segue em sua investida sanguinária tentando usar a história como escudo protetor de seus crimes.
La cuenta oficial de Israel miente y no es novedad..
— Palestina Hoy (@HoyPalestina) February 20, 2024
Israel utiliza el holocausto para esconder su GENOCIDIO en Gaza. ¿Aún quedan dudas? pic.twitter.com/UzDI2smuBR
Entre os alvos prioritários de Israel, instalações civis como hospitais, escolas e abrigos humanitários. Mais de uma centena de jornalistas já morreram, assassinados em Gaza. Sem contar um grande número de médicos e trabalhadores de organizações como a ONU. Mesmo o Vaticano condena a ação de Israel. “O direito de Israel à autodefesa foi invocado para justificar que esta operação é proporcional, mas, com 30 mil mortos, não é”, disse o cardeal Parolin, porta voz do Estado católico.
Mais vozes por Gaza
Quem também levantou voz junto a Lula foi o ex-presidente da Bolívia Evo Morales. “Lula, injustamente ‘persona non grata’ por defender a vida e a dignidade do povo palestino diante do genocídio em Gaza pelo Estado de Israel. Ser pessoa não grata por um governo genocida que massacra crianças é um privilégio que reafirma o compromisso pela vida e pela paz diante da comunidade internacional e os povos do mundo”, disse.
Mesmo o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, crítico ao governo Lula, saiu em defesa do presidente. Ele destacou os ataques da mídia corporativa contra a postura de Lula. “Não posso deixar de dizer que a imprensa comercial brasileira está indignada e o atacando de todos os lados. Vocês estariam surpresos, ou não, como existe uma identidade política e uma dinâmica de benefício a Israel em diferentes lugares do mundo”, disse.