Marco Aurélio Garcia: ‘PSDB se aliou ao que há de pior na política brasileira’
O coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, aposta numa vantagem maior para Dilma do que a mostrada pelas pesquisas (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil) São Paulo – No saguão do […]
Publicado 31/10/2010 - 19h00
O coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, aposta numa vantagem maior para Dilma do que a mostrada pelas pesquisas (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
São Paulo – No saguão do Hotel Naoum, em Brasília, já é grande a movimentação de deputados, senadores e ministros para a possível festa da vitória de Dilma Roussef (PT). O clima de otimismo ficou claro em declarações do coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, que aposta numa vantagem maior para Dilma do que a mostrada pelas pesquisas.
Para Garcia, o tucano José Serra sai fragilizado da eleição e menor do que entrou, por ter se aliado com o que há de “pior na política brasileira”. Garcia apontou como exemplo a escolha do vice da chapa tucana, o deputado Índio da Costa (DEM). “Escolher o Índio ou é a mais absoluta solidão política ou é falta de critério”, disse.
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A declaração ecoa fala do presidente Lula neste domingo, em São Bernardo do Campo (SP), que também considerou que o tucano sai menor da campanha, em referência à agressividade dos ataques de Serra durante a corrida ao Palácio do Planalto.
Para Garcia, a ocorrência do segundo turno serviu para desmontar os boatos divulgados durante a primeira etapa do pleito. “Isso deu ao PSDB um final melancólico. Eu errei. Falei que o final melancólico do Serra seria no dia 3 de outubro, mas foi no dia 31.”
Garcia lamenta que o PSDB tenha aceitado entrar em discussões dos setores mais conservadores da sociedade e acredita que o partido foi usado pela direita.
Perguntado pela reportagem, o assessor de Relaçõs Internacionais da Presidência da República afirmou que a comparação feita entre Dilma Roussef e a presidenta argentina Cristina Kirchner, que também sofreu questionamentos sobre sua capacidade de governar, mostra mais uma vez a aliança entre o PSDB e os setores conservadores. “É um pensamento machista. Significa mais uma concessão que eles fizeram ao conservadorismo”, sustenta.
Transição
Sobre a transição, Garcia acredita que o melhor seria que a presidenta descansasse nessa semana antes de retomar os trabalhos. Pra ele, haverá necessidade de montar uma estrutura para essa transição, mas o processo será tranquilo por conta da continuidade. “A Dilma esteve no centro das decisões desse governo durante anos, conhece todo mundo, todos os processos”, explica.
Para o coordenador da campanha, o fato de o PMDB ocupar a vice-presidência pela primeira vez dentro da coligação governista não significará necessariamente direito a mais ministérios, mesmo lembrando que foi a primeira vez que o partido esteve com o PT já durante as eleições. “Menos que discutir cargos, é ver como vamos começar os rumos desse próximo governo.”