Carnavalesco Joãosinho Trinta morre no Maranhão

O Hospital UDI do Maranhão confirmou a morte do carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, o Joãosinho Trinta, ocorrida às 9h55 deste sábado (17) em São Luís (MA) – às 10h55, […]

O Hospital UDI do Maranhão confirmou a morte do carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, o Joãosinho Trinta, ocorrida às 9h55 deste sábado (17) em São Luís (MA) – às 10h55, no horário de Brasília. Segundo a unidade de saúde, pneumonia e infecção urinária estão entre as causas da morte. Aos 78 anos, Joãosinho Trinta estava internado desde o dia 3 de dezembro.  

 João Clemente Jorge Trinta nasceu em São Luís, no dia 23 de novembro de 1933.  Até os 18 anos, viveu na capital maranhense, onde trabalhou como escriturário. Em 1951, deixou o Maranhão e foi para o Rio de Janeiro, para dedicar-se à dança no Teatro Municipal.

Fez parte do corpo de baile durante 25 anos, participando de montagens de óperas e balés. A carreira de carnavalesco de Joãosinho Trinta começou como assistente na Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, em 1963. Dez anos depois, já era o titular. Ganhou o bicampeonato em 1974 e em 1975 com os enredos O Rei da França na Ilha da Assombração e O Segredo das Minas do Rei Salomão.

Em 1976, foi para a Beija-Flor de Nilópolis, onde ganhou os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Uma das marcas do carnavalesco era o luxo e a riqueza na avenida. Criticado por ter essa postura, é dele a célebre frase: “o povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”.

Em 1989, levou para a avenida o enredo Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia. Com a imagem de Jesus Cristo mendigo, Joãsinho Trinta entrou em choque com a Igreja Católica. A imagem foi censurada e passou pela Marquês de Sapucaí coberta.

O carnavalesco ficou na Beija-Flor durante 17 anos e depois foi para a Unidos do Viradouro. Em 1996, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou com parte do corpo paralisado. Mesmo debilitado, continuou trabalhando e conquistou o título de 1997 pela Viradouro com o enredo Trevas! Luz! A Explosão do Universo.

Em 2003, a Grande Rio conquistou com o carnavalesco um inédito terceiro lugar. Em 2006, Joãosinho Trinta teve outro AVC. No ano seguinte, foi demitido da Grande Rio por outra polêmica com a |greja Católica e com a Justiça: a exposição de alegorias que representavam atos sexuais, em um enredo sobre a camisinha. Novamente, usou o recurso de cobrir as alegorias na Passarela do Samba.

Ao deixar a escola, voltou para o Maranhão. Ultimamente, trabalhava no projeto do governo do estado para comemorar, em 2012, os 400 anos de São Luís.