Ministro vê economia da Cultura como chave para o desenvolvimento do país

O ministro da Cultura, Juca Ferreira (Foto: Elza Fiúza/ABr) Brasília –  O ministro da Cultura, Juca Ferreira, chamou a atenção para a necessidade de a cultura também ser integrada à […]

O ministro da Cultura, Juca Ferreira (Foto: Elza Fiúza/ABr)

Brasília –  O ministro da Cultura, Juca Ferreira, chamou a atenção para a necessidade de a cultura também ser integrada à agenda de desenvolvimento a ser traçada para os próximos dez anos. Durante a primeira Conferência do Desenvolvimento (Code), promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ferreira ressaltou a necessidade básica de todo cidadão de ter acesso à cultura do país, ao lado de indicadores como educação e saúde.

“Jamais enfrentaremos os desafios do século XXI se não tivermos o povo brasileiro nesse grau de acessibilidade à cultura”, afirmou. O ministro lembrou que a economia da cultura, resultado da indústria cultural consolidada em vários países, pode ser chave para o desenvolvimento.

Segundo ele, o setor é o segundo mais importante da economia nos Estados Unidos e terceiro na Inglaterra. No Brasil, a indústria cultural já representa quase 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e responde por aproximadamente 6% do emprego formal do país, mas ainda não faz parte da agenda de desenvolvimento nem está inserida em políticas estratégicas.

“É importante trabalharmos para que (a Cultura) entre no mesmo patamar do agronegócio e da indústria regional agregada, em razão dos benefícios econômicos que alavanca”, enfatizou.

Agenda

O discurso de Ferreira foi complementado pelas colocações do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães. Em sua fala na Code, ele norteou-se por três aspectos distintos. Em primeiro lugar, afirmou que é preciso levar em conta, no planejamento brasileiro, problemas que afetem também países vizinhos da América do Sul, porque existe, ao seu ver, um processo de descolamento da população vizinha que não é favorável para os brasileiros.

Em segundo lugar, chamou a atenção para a realização de mais pesquisas que ajudem no incremento das taxas de desenvolvimento do país, sobretudo em setores primordiais como educação, saúde e cultura. Por fim, afirmou que o planejamento não costuma ser aceito pela parcela de pensadores que acredita que o Brasil já é desenvolvido, porque para essa fatia de pessoas, “quem planeja é o mercado”. “Não alcançamos esse desenvolvimento e é um grande erro deixarmos que o mercado nos guie como ocorre em algumas nações desenvolvidas”, alertou.