Disputa

Paulo Pimenta sobre presidência da Câmara: ‘Não votarei em candidato golpista’

Deputado petista afirma que bancada deve se reunir no próximo dia 17 e cobra a aplicação do princípio de proporcionalidade na montagem da mesa diretora e na presidência das comissões

Eleição para a presidência e composição da nova Mesa da Câmara dos Deputados será em 2 de fevereiro

São Paulo – O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) defende que o bloco progressista de partidos que fazem oposição ao governo Temer, composto por PT, PCdoB e PDT – em diálogo com o Psol –, deve lançar candidatura própria à presidência da Câmara. “Não me sinto à vontade e não votarei em candidato golpista.” 

Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (12), o parlamentar afirma que informações divulgadas pela mídia tradicional dando conta de que o PT apoiaria a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) não são verdadeiras. “Tenho lido muita especulação na imprensa, escutado coisas que não são exatamente aquilo que o PT está debatendo.”

Ele afirma que o partido tem reunião marcada para a próxima terça-feira (17), quando deve discutir estratégias para a disputa da liderança da Casa, além da composição da mesa diretora e a presidência das comissões. A eleição da nova mesa da Câmara será em 2 de fevereiro.  

“A questão que o PT tem colocado permanentemente como a mais relevante é a necessidade de cumprimento do regimento da Câmara, que prevê que o espaço de composição da mesa diretora e das comissões deve levar em consideração a proporcionalidade das representações partidárias.”

Segundo Pimenta, o princípio da proporcionalidade vem sendo desrespeitado desde a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito em 2014 e afastado no ano passado. O PT tem a segunda maior bancada da Casa – com 57 deputados, e deve ocupar espaço equivalente na mesa diretora e na presidência das comissões. “Para nós, é uma questão de respeito à democracia.” 

Sem citar nomes, o deputado diz que, pessoalmente, não votará em um candidato que tenha apoiado o golpe do impeachment contra Dilma, caso de Rodrigo Maia. “Não cogito votar, em nenhuma hipótese, em um candidato que tenha apoiado o golpe. Jamais votaria para a presidência da Câmara em um parlamentar que esteve diretamente envolvido na construção e execução do processo do golpe que o Brasil está vivendo.”

Pimenta também revelou preocupações. “Tenho receio de que, em função de questões internas da Casa, de natureza administrativa, se possa perder a dimensão e a importância da nitidez política das suas opiniões. Temos segmentos importantes da sociedade brasileira que saíram às ruas contra o golpe, que estão nos acompanhando nessa luta contra as reformas do governo Temer, em defesa da presidenta Dilma, de Lula, da democracia. Seria difícil a compreensão de que, por conta de alguma questão interna, a bancada do PT acabasse apoiando um candidato que esteve à frente do golpe.”

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