Zara terá de dar explicações sobre trabalho escravo ao Legislativo paulista

A empresa responsável no Brasil é acusar de utilizar mão de obra em condições análogas à escravidão (Foto:Fernanda Forato) São Paulo – A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa […]

A empresa responsável no Brasil é acusar de utilizar mão de obra em condições análogas à escravidão (Foto:Fernanda Forato)

São Paulo – A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Assembleia Legislativa de São Paulo quer ouvir na próxima quarta-feira (31) os representantes da loja de roupas Zara a respeito das denúncias de uso de mão de obra escrava na cadeia produtiva da empresa.

O convite, apresentado pelo deputado Carlos Bezerra Junior (PSDB), foi aprovado nesta segunda-feira (29)  e será apresentado a Henrique Huerta Gonzalez, administrador da divisão da empresa no Brasil, e aos sócios da empresa A.H.A Administração e Participação Ltda., Seong Hee Lee e Cyro Leal Mendes.

Na última semana, reportagem da ONG Repórter Brasil mostrou que a A.H.A é acusada de utilizar mão de obra em condições análogas à escravidão. A repórter Bianca Pyl concluiu que três operações de fiscalização do Ministério do Trabalho flagraram as condições degradantes a que são submetidos os costureiros, a maioria de outros países da América do Sul. Na última delas, uma adolescente de 14 anos foi libertada com 14 adultos. A investigação teve início em maio, quando outras 52 pessoas foram postas em liberdade após uma ação fiscalizatória em Americana, no interior paulista. 

O quadro incluía contratações completamente ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16 horas diárias e cerceamento de liberdade (seja pela cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários, o truck system, seja pela proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização).