Sindicato dos Bancários de São Paulo amplia participação de mulheres no comando
Maior entidade do ramo financeiro do país terá quase metade da diretoria composta por mulheres. Uma delas será a presidenta, a terceira desde 2010
Publicado 15/04/2023 - 22h45
São Paulo – O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região completa 100 anos neste 16 de abril. Além de celebrar a marca centenária, a entidade se aproxima de mais uma eleição para renovar sua diretoria para os próximos três anos. Os associados da entidade terão os próximos dias 25, 26 e 27 para exercer seu voto – em urna virtual – e conferir representatividade à nova direção.
A eleição deve marcar um novo salto na representatividade da categoria: 48% da composição da chapa, única, são mulheres – mesmo percentual de mulheres que trabalham no setor financeiro. A propósito, uma mulher novamente estará na presidência. A atual secretária-geral, Neiva Ribeiro, bancária do Bradesco, lidera a chapa, que tem também 10 mulheres entre os 12 integrantes da diretoria executiva – o núcleo mais decisivo da direção.
A entidade é comandada por mulheres desde 2010. Antes da atual presidenta, Ivone Silva, teve no comando Juvandia Moreira, agora à frente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“São 100 anos, mas um sindicato sempre muito antenado com a sociedade e com seu tempo. Então, o sindicato estão sempre se renovando. É moderno nas negociações, quando somos a única categoria a ter uma convenção coletiva nacional. Ou quando negociamos condições para o home office. E quando avançamos em questões não só da categoria bancária mas da sociedade como um todo”, diz Ivone.
“Por exemplo, agora, temos uma cláusula contra a violência doméstica. E nesta semana fizemos um projeto junto à Fenaban (federação dos bancos) e ONGs para espalhar isso para a sociedade.”
A importância da democracia
Apesar da amplitude de uma convenção que dá aos bancários de São Paulo – centro financeiro do país – o mesmo direito dos colegas de qualquer canto do Brasil, Ivone admite que ela não é suficiente para a defesa da categoria. “Porque sabemos que muitas vezes vamos lá e conseguimos uma cláusula e vem uma nova legislação e acaba com ela”, observa. “Então, para nós, é importante ter a democracia no país. Para poder seguir lutando.”
Nesta entrevista, Ivone Silva fala sobre o centenário a ser festejado neste domingo (16) e lista uma série de desafios inimagináveis há 100 anos – tempos da epidemia da gripe espanhola. E de outros embates, imprevisíveis, para o futuro pós pandemia da covid-19. Um futuro que está sempre começando amanhã.