Tesouro anuncia menos reajustes a servidores e provoca reação dos trabalhadores

Brasília – O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, descartou reajustes significativos para os servidores públicos da União este ano e em 2012. Segundo ele, o governo já fez uma […]

Brasília – O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, descartou reajustes significativos para os servidores públicos da União este ano e em 2012. Segundo ele, o governo já fez uma “série de reestruturações” para acabar com o “desequilíbrio salarial que existia entre as diferentes carreiras”.

“É uma situação que nos permite não projetar reestruturações de maior vulto. Não estamos projetando reajustes significativos [em 2011 e 2012]. Construímos o equilíbrio necessário. Não haverá nova rodada de reajustes”, disse, nesta sexta-feira (26).

Segundo Arno, já houve um momento da reestruturação, a partir de 2008, que não precisa ser repetido. Na avaliação do secretário, as carreiras de forma geral estão alinhadas.

“Vamos manter uma política, do ponto de vista da discussão dos salários, de contenção. É um momento de crise e todos têm que dar sua contribuição. E, felizmente, as principais categorias estão alinhadas e equilibradas, com salários compatíveis.”

Reação

Sérgio Ronaldo, diretor da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) rebateu as considerações de Augustin. Para ele, antes de falar em reduzir índices de reajustes, falta ao governo cumprir as promessas de valorização da categoria. 

“No início do governo (Dilma), o ministério do Planejamento e a Casa Civil acenaram com a possibilidade (de valorização salarial para os servidores). As propostas de reajuste até agora não saíram do papel.”

Ronaldo aponta também que a contenção usada pelo Tesouro como pretexto para barrar aumentos dos funcionários públicos é pouco convincente. “Existem regras que desmontam estes argumentos. O governo, por determinação (do Orçamento), pode aplicar até 50% da receita líquida para o funcionalismo, mas atualmente utiliza 32% da receita para o pagamento dos servidores.”

Para Ronaldo, as declarações do secretário foram “precipitadas”. Ele tomou a crise de forma equivocada, pois estamos numa ilha de exceções. O Brasil, até julho, conseguiu arrecadação recorde.” E acena com endurecimento das relações com o governo, caso a contenção dos reajustes salariais da categoria venham a se confirmar.  “Os trabalhadores estão cansados de ser os ‘vilões do assunto’ e não vamos pagar pela crise.”

Com informações da Agência Brasil

Colaborou Letícia Cruz